sábado, 4 de fevereiro de 2017

Eu estava lá!

Por Fernando Melo

Chiquinhio: eu estava lá!
Na tarde de ontem fui ao Clube de Xadrez Miramar para entrevistar o MF Francisco Cavalcanti, sobre o III Floripa Chess Open (20-01 a 26-01-2017), afinal ele estava lá e foi fácil termos uma visão dos bastidores desse fabuloso evento enxadrístico que reuniu mais de 400 jogadores! 

O momento alto, quando reuniu todos num só sentimento, foi o Parabéns prá você! em homenagem aos 65 anos de Mequinho. Todos de pé, cantando e aplaudindo. Mequinho mostrou-se feliz e acenou para aquela galera inteligente e participativa. E por falar em Mequinho, ele proporcinou também outra emoção aos presentes, na sua partida com o GM Alexei Shirov. Jogou como nos anos 70, quando era o terceiro do mundo. Para Chiquinho foi a melhor partida e repercutiu muito em favor do brasileiro. A propósito de Shirov, este não jogou o que realmente sabe durante o torneio. Quando terminava a partida ele ia tomar cerveja no bar, anexo ao salão. Concentrado mesmo, teria feito 100%, segundo Chiquinho.

Em termos de pontuação o melhor brasileiro foi o GM Gilberto Milos, que jogou um bom torneio. Já a decepção foi o GM Alexandr Fier. Segundo Chiquinho, Fier tem força para vencer torneio desse porte, mas atravessa má fase. Como sabemos, o paraibano jogou com ele na 4ª rodada e esteve bem, mas o Grande Mestre terminou ganhando. Essa foi a segunda vez que se encontraram no tabuleiro. A primeira foi em 2005, na Final do Brasileiro .

Chiquinho reclamou da falta de café e água. Quem quisesse teria que comprar ( 2 reais o copinho e 4 reais o copo) e água ou comprava ou trazia de casa. Colocava-se uma ficha na máquina para tirar o café, e as vezes a máquina engasgava e o café não saía, Mas isso não desmereceu a organização do torneio. A arbitragem esteve perfeita. Não houve nenhum incidente, não faltou luz durante todo o torneio e os banheiros eram limpos e suficientes para a demanda. Mais de um ponto de venda de livros e material de xadrez no entorno do salão. As mesas eram um pouco apertadas, dado ao grande número de participantes. As peças já estavam armadas no tabuleiro. Havia uma espécie de divisória para as cinco primeiras mesas, com tabuleiro de madeira e peças bem melhores. Foi nesse local que Mequinho jogou suas 10 partidas, sempre elegante no vestir e bastante concentrado durante as partidas.Todos os relógios eram digitais e cada jogador levava o seu. Dificil você ter silêncio total num ambiente com tanta gente. Aqui ou ali um zum-zum ecoava, mas não que prejudicasse a concentração dos que precisavam de silêncio.

No geral, Chiquinho e Petrov (acompanhou parte da entrevista) voltaram plenamente satisfeitos, e Petrov ficou tão animado por ter jogado, que pensa em 2018 repetir a dose, mas só que em Gibraltrar! Vamos torcer para termos um paraibano nesse magistral torneio que abre o calendário da FIDE todos os anos. Segundo Chiquinho, o torneio de Floripa tem um efeito muito positivo para quem joga, uma vez que você naquele contato com nomes famosos e jogadores de Elo alto, ganha muita experiência.

E para encerrar, uma partida que deixou Chiquinho satisfeito foi seu embate na penúltima rodada com a jovem Kathie Goulart Librelato (1988-SC), 18 anos, campeã brasileira juvenil de 2014. O curioso é que Chiquinho achou que seria "um passeio", mas quando a menina começou a jogar...! A partida teve a duração de 4 horas e o nosso representante terminou ganhando após 58 lances, com bispos de cores contrárias, porém um final fácil para as brancas, dado a posição dos reis no tabuleiro.. Mas ao longo da partida, principalmente no meio-jogo, a catarinense deu trabalho, muito trabalho, bastante trabalho à Ruy Lopez de Chiquinho!

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