segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Torneio da Amizade em Baraúna


A cidade paraibana de Baraúna, a 244 km de João Pessoa, está se tornando um importante polo para o desenvolvimento do xadrez naquela região. No último sábado foi realizado o I Torneio da Amizade, organizado pelo Clube de Xadrez Baraunense, com o apoio da ONG Baraúna. Foram 40 participantes das cidades de Baraúna, Picuí, Frei Martinho, Várzea, Sossego, todas paraibanas, e Caicó, do Rio Grande do Norte.     


Foram realizados dois torneios, um absoluto e outro blitz. Vejamos os vencedores na relação abaixo:

Categoria Master
1º - Clebson Huan (Picuí)
2º - Leandro Costa (Picuí)
3º - Fagner Lima (Baraúna)

Categoria Feminino
1º - Isadora Milene (Caicó)
2º -Sara Medeiros (Várzea)
3º - Yasmin Medeiros (Várzea)

Categoria Sub 17
1º - Jefferson Felipe (Baraúna)
2º - Gildeson Santos (Frei Martinho)
3º - Carlos Janiel (Baraúna)

Torneio Blitz
1º - Fagner Lima (Baraúna)
2º - José Roberto (Sossego)
3º - Frankly André (Caicó)
4º - Sara Medeiros (Várzea)
5º - Randson Norman )Picuí)

Tem torneio dia19


sábado, 29 de outubro de 2016

Tomaz ganha Mem Mark Dvoretsky


  O jovem Luis Tomaz ganhou o Torneio Ativo Memorial Mark Dvoretsky, com 5 pontos em 5 possiveis, realizado na tarde de hoje no Clube de Xadrez Miramar, com 17 participantes, com 5 rodadas e o tempo de 15 minutos nocaute. O vice campeão foi Erivaldo Nascimento, com 4 pontos e se tornando a revelação do torneio.  e em terceiro lugar Antonio Dutra, com 3,5 pontos, Os três receberam medalhas e premiação em dinheiro. Veja o quadro de classificalção e algumas fotos do torneio que teve a direção do MF Francisco Cavalcanti.

Veja Judit!



Página comercial da edição atual da Revista Veja, com destaque para Judit Polgar, definida na publicação como enxadrista húngara, número 1 do ranking feminino por 25 anos e conhecida como a rainha do xadrez, cuja paixão atual é difundir o xadrez como ferramente de educação!

Para a mensagem do tema comercial, diz Judit: "Minha assinatura é jogar com arte, descobrir o pensamento criativo e toda a beleza do xadrez!

A maestria de Chiquinho!

Por Fernando Melo

    Na tarde de ontem, conversando com o MF Francisco Cavalcanti (Chiquinho), no Clube de Xadrez Miramar, ele me mostrou uma partida de blitz (5x5) que jogou online, no último dia 24 (segunda-feira) com Johhmez, do Reino Unido. Vale a pena armar o tabuleiro e sair reproduzindo lance a lance essa bela obra de arte. Não sei se tem falhas, erros graves, ou seja lá o que for, mas a partida enche os olhos e certamente qualquer Grande Mestre, daqui ou alhures vai gostar de ver.


Brindemos, portanto, os leitores com essa Benoni bem jogada por quem tem ideias e sabe mexer os trebelhos! Quero e desejo que todos vejam, com certeza, mas chamaria a atenção do meu amigo e mestre Francisco Dantas, para, quando tiver tempo, dar uma olhadinha. Dantas tem uma boa análise. Gostaria também, que o próprio Moxotó, ou melhor Chiquinho, também nos desse mais luz sobre esta partida.

Johhmez - Moxotó 
Def. Benoni - 24/10/16
Blitz 5x5 - Chess.com


1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 c5 4.d5 ed 5.cd d6 6.e4 g6 7.f4 Bg7 8.Cf3 0-0 9.Be2 Te8 10.Cd2 a6 11.a4 Cbd7 12.0-0 Tb8 13.g4 h6 14.Rg2 b5 15.ab ab 16.Bb5 h5 17.h3 hg 18.hg Ce5 19.g5 Ceg4 20.Te1Ch5 21.Be8 Cf4+ 22.Rf3 Dg5 23.Cf1 Ce5+ 24.Re3 Cfd3+d. 25.Re2 Bg4 mate!

E aí está! O final é perfeito. Me fez lembrar, apenas lembrar, a partida entre D.Byrne x Bobby Fischer, (que a imprensa batizou de o "Jogo do Século") quando Fischer tinha apenas 13 anos, pela sequência de xeques fatais! São por essas e outras que o xadrez é eterno, sempre contendo na sua caixa de surpresas, fortes emoções. 




Batalha de Blitz!



Magnus Carlsen enfrentou um especialista em Blitz, o atual campeão dos Estados Unidos, Hikaru Nakamura. Foram 3 horas de batalha: 14,5 a 11,5 a favor do atual campeão do mundo, que em novembro próximo será desafiado pelo russo Sergey Karjakin, em Nova York, quando estará em jogo a coroa mundial. Foi um encontro organizado pelo Chess.com, significando dizer que foi uma batalha online. Veja mais informações, detalhadas, no ChessBase.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Fischer gostava assim!

O Xadrez, assim mesmo com X maiúsculo, deve muito, deve bastante a Bobby Fischer. Vamos olhar essa foto. Examiná-la. O que você sente? É notório o clima de tranquilidade no ambiente, um completo silêncio. Local amplo, agradável, bem decorado e iluminado. Spassky, de pé, frente a Fischer, no Mundial de 1972. Um aguarda enquanto o outro pensa. Mais a esquerda, o árbitro chefe. o GM alemão Lothar Shimid, profundo conhecedor da personalidade de Fischer e que teve de suportar as exigências e os protestos do desafiante, mas, que no fundo, essas reações, às vezes ásperas, vinham em defesa de um Xadrez sério e responsável. Quando eu vejo, por exemplo o silêncio e a tranquilidade no salão de jogos em torneios pelo Nordeste (João Pessoa, Recife e Natal), eu digo comigo mesmo: tudo devemos ao pioneirismo de Bobby Fischer! (FM)

Torneio em Baraúna




Será realizado neste sábado, 29, na cidade de Baraúna-PB (448 Km de João Pessoa), o I Torneio da Amizade, reunindo enxadristas da região. Serão dois eventos: um ativo de 15x15 e um blitz de 3x3. A inscrição é gratuíta e os melhores classificados vão receber troféus e medalhas. A iniciativa é do Clube de Xadrez Baraunense e conta com o apoio da ONG Nova Baraúna. A informação nos foi prestada pelo enxadrista Eduardo Alves.

Ele tem apenas 11 anos!


Vejam bem a posição do diagrama. As negras acabam de jogar Ta2. Quem está com as peças branca é o garoto da foto, 11 anos. Ele vai dar um lance e seu adversário abandona. Esta partida foi jogada na Rússia, em mais uma versão do famoso Memorial Tchigorin 2016, na qual participaram 372 fortes jogadores, sendo mais de 30 Grandes Mestres e sem falar no grande número de MIs e MFs.
O fato é que o garoto da foto, que se chama Abdusattorov Nordibek (Uzbequistão), é MF e tem Elo de 2395, terminou em 6º lugar com 7 pontos em 9!, no que vai aumentar em mais de 30 pontos a força do seu Elo. Ele ganhou de 3 GMs, empatou com 2 GMs e das nove partidas que jogou perdeu apenas uma. para o GM russo Pavel Ponkratov. Um detalhe que nos interessa diretamente: ele ganhou para o GM brasileiro Alexander Fier, que terminou em 59º lugar com 6 pontos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Citação do dia




A citação do dia do Chessgames.com é a seguinte:


"Fischer é como Zeus; 
ele é o Deus dos deuses!" 
 Nigel Short

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tem torneio sábado!

No próximo sábado, no Clube de Xadrez Miramar, será realizado o Torneio Memorial Ativo Mark Dyoretsky, uma autoridade do xadrez da Rússia, falecido mês passado. Veja artigo neste blog sobre o homenageado, publicado no último domingo.. O torneio terá cinco rodadas de 15 minutos, com inscrição de 40 reais, sendo que sócio paga 30 reais. Os três primeiros colocados serão premiados. São 23 vagas para jogadoes com Elo abaixo de 2000. A direção é do MF Francisco Cavalcanti.

Victor: será o Korchnoi?

Por Fernando Melo

Ele tem apenas oito anos. Não é prodígio, é normal. E essa normalidade é que chama a atenção. Estou falando de Victor Augusto Araruna, um dos meus alunos da Academia de Xadrez Caldas Vianna., que uma vez por semana vem com sua avó paterna, Maria Luiza, uma "viciada" em xadrez, que não sofre quando o neto lhe dá um xeque-mate, mas adora uma "briga" quando o garoto quer voltar a lance. Fico de olho nos dois o tempo todo e aqui e ali dou minhas "broncas". O fato é que o xadrez está acima de tudo e as aulas são proveitosas.

Acredito que a pouca idade não deu a Victor a dimensão da sua força para se tornar um jogador de torneio. Mas uma coisa eu tenho certeza: se ele continuar terá condições de ser um forte jogador, pois tem uma bela intuição. Sabe ver o tabuleiro e se tornará, se quiser, um jogador com o estilo de Miguel Tal, com combinações inteligentes e ousadas, basta treinar mais.

Dois mestres para Victor se inspirar
Por enquanto, Victor gosta mesmo de "massacrar" a avó. É aí onde percebo essa normalidade que ele tem de forma acentuada. Ou seja, se o objetivo do xadrez é dar xeque-mate, então vamos a ele. Não gosto disso, sou sincero, pois devemos aprender a jogar sem pensar em resultado. Ganhar, perder, empatar, faz parte do jogo. O ideal é que você aprenda a jogar uma abertura, um meio jogo e um final, independentemente de resultado. Se jogar bem, se aplicar bem o que aprende, claro que a vitória mora ao lado. Mas, numa criança determinada a vencer, Victor é normal. Vamos aguardar, novos dias virão e se tudo continuar como estamos indo, o xadrez só tem a ganhar.
A foto, à direita, mostra Victor colocando as oito damas (o peão virou dama) no tabuleiro sem se tocarem. Não é tarefa muito fácil e ele fez sem maiores sacrifícios. O GM Victor Korchnoi, hoje vivendo em uma colonia espiritual na companhia de Fischer, quem sabe,um dia, possa ser fonte de inspiração para o seu pequeno xará.

domingo, 23 de outubro de 2016

Luismar ganha Nordestão!




O MF paraibano Luismar Brito (na foto com o vice-presidente da CBX e diretor do torneio MF Marco Asfora, e sob o olhar de aprovação do presidente da CBX, GM Darcy Lima) ganhou o IX Torneio Memorial Miguel Arraes - Nordestão 2016, com 4 vitórias e 2 empates, somando assim 5 pontos em 6 possíveis, Com igual pontuação tivemos Marcelo Bouwman (2º), Rafael Cabral (3º) e José Murilo Gomes (4º). Em 5º, com 4,5 pontos, o MI Iack Macedo. Veja classificação final de todos os participantes no Chess-Results (link).

Clube Miramar homenageia Dyoretsky !

Por Fernando Melo

Dyoretsky e Yusupov
Mark Dvoretsky
Feliz a iniciativa do MF Francisco Cavalcanti, dirigente do Clube de Xadrez Miramar, em prestar homenagem póstuma ao escritor e treinador de mestres de xadrez, o russo Mark Dyoretsky (de quem é admirador), falecido no último 26 de setembro, aos 68 anos. Para tanto, será realizado no próximo sábado o Torneio Ativo Memorial Mark Dvoretsky, seguindo os padrões dos torneios que são realizados ali, uma vez por mês.

Noa anos de 1973 a 1975, Dyoretsky  pontificou como um dos melhores jogadores da Rússia, sendo considerado o MI mais forte do mundo. No então, por motivos pessoais, ele abandonou o tabuleiro competitivo a dedicou-se a ser um treinador. e com sucesso. Para que se tenha uma ideia, vejamos alguns nomes que passaram sob a sua orientção: Karparov, Anand, Topalov, para citar apenas três numa série de muitos Grandes Mestres,.

Um grande parceiro de estudos e que deve muito a Dvoretsky é o seu compatriota GM Artur Yusupov, 56 anos, que foi Campeão Mundial Junior de 1977,  Em 1999, Yusupov publicou um livro sobre a Defesa Petrov Ao longo de sua carreira, Yusupov foi treinado e orientado por Dyoretsky, considerado por muitos como o instrutor mais importante do mundo. Yusupov reconhece e declara que muitas de suas importantes vitórias teve a influênci fundamental de Dyoretsky. Dessa aproximação nasceu a Dyoretsky-Yusupov Chess Scholl., e um dos famosos GMs da atualidade, Peter Svidler, foi aluno desta escola. Os dois escreveram muitos livros juntos, sendo que um deles é Treinamento de Elite, obra importante patra quem quer se aprofundar no labirinto das 64 casas.

Portanto, vamos prestigiar esse Torneio Ativo Memorial Mark Dvoretsky, um nome pouco divulgado na mídia enxadrística atual, que se preocupa mais em falar de jogadores que ganham torneios e que estão em evidência, deixando um pouco de lado nomes como o de Dyoretsky que fez o xadrez ciência se transformar em pura arte.

Três lideram Nordestão!

O psiquiatra Marcelo Bouwman lidera Nordestão
Os pernambucanos MN  Marcelo Bouwman (2192), MN Rafael Cabral (2138) e o paraibano MF Luismar Brito (2207), lideram o IX Torneio Memorial Miguel Arraes - Nordestão 2016, todos com 4 pontos em 4. O MI Iack Macedo (2345), que vinha liderando a prova, perdeu na 4ª rodada para Rafael Cabral e agora está em quarto lugar, encabeçando um pelotão de 14 enxadristas com 3 pontos..
Com 65 participantes de onze Estados da Federação, o torneio será concluído hoje com mais duas rodadas. Logo mais, às 10 horas, teremos a 5ª rodada. Vejamos as cinco primeiras mesas:

Mesa 1 - Bouwman (PE) - Luismar (PB)
Mesa 2 - Hiramine (PE)- Rafael (PE)
Mesa 3 - Iack (RN) - Azevedo (BA)
Mesa 4 - Colares (PE) - Araujo (PE)
Mesa 5 - Avner(PE) - Jordão(RN) 

Da Paraíba, além do MF Luismar Brito, estão jogando os enxadristas Jeffeson Pereira  - 29º -2 pts), Petrov Baltar (37º - 2 pts) , Antonio Dutra (53º - 1 pt)  e Genildo Gomes (56º - 1 pt).


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Nota ao Leitor

Informamos ao leitor deste blog que a série de capítulos sobre O escudeiro de Caíssa, num total de quatro, foi uma mostra de como será o livro que estamos escrevendo. No esboço que preparamos, são 29 capítulos, além da introdução e prefácio. Esperamos lançar a citada obra em março de 2017. Assim, deixamos de publicar neste blog a continuidade dos demais capítulos, para que haja, por parte do leitor, o interesse em conhecer o trabalho completo dessa pesquisa que venho fazendo quando o livro for lançado.

Nordestão começa amanhã!

Justa homenagem à memória de Miguel Arraes,
 um politico que amava  o xadrez
O IX Memorial Miguel Arraes - Nordestão 2016 começa amanhã no Hotel Jangadeiro, Boa Viagem, Recife-PE. Serão distribuídos 4 mil reais em prêmios. Serão seis rodadas, sendo duas na sexta-feira (21), duas no sabado e duas no domingo. A organização é da CBX e direção do MF Marco Asfora, com arbtragem do AF Igor Macedo, do Rio Grande do Norte. Mais detalhes sobre esse importante evento do xadrez nordstino no site da CBX e do Xadrez Potiguar.

Citação do dia



Todos os dias, o Chessgames.com tem uma citação. A de hoje é a seguinte:

"Eu considero Bobby Fischer como uma combinação mitólogica das sortes, um centauro, se quiserem, uma síntese entre o homem e o xadrez" 
Gary Kasparov

Bobby Fischer - o escudeiro de Caíssa - 8

O dilacerado de Denver
Por Fernando Melo
(continuação)

Não justifica Larsen reclamar do calor, o qual prejudicou suas noites de sono, afetando duramente o seu desempenho no match contra Fischer. É bom saber que a Holanda, Suécia e Espanha eram paises candidatos a sediar o match. Larsen concordeu em ser nos Estados Unidos, em Denver, capital do Estado do Colorado.

Em um artigo após-match Xadrez em Uma Atmosfera Abrasadora, Larsen reclamou que dormia mal por causa do ar seco. Botvinnik contou que, em 1936, num torneio em Moscou, num calor muito forte, ele conseguiu jogar graças à sua juventude, então com 25 anos. Muitas partidas joram jogadas em estado de sonolência. Tudo bem, que o calor prejudica, mas sabia-se de antemão que Larsen não iria vencer o match, por ser Fischer superior. Todavia o dinamarquês mostrava-se confiante. Afinal, foi o único que ganhou para Fischer no Interzonal de Palma de Mallorca, em 1970. E foi também, o primeiro tabuleiro no embate URSS contra Resto do Mundo. Fischer não fez questão de ser o segundo,  jogando cntra Petrosian enquanto Larsen pegou o então campeão do mundo Boris Spassky. Aliás, e por falar em Spassky, este disse que a alegação de calor levantada por Larsen era uma desculpa.
Segundo Kasparov, a primeira partida foi a mais aguda e sem dúvida a mais interessante do match. "Ao invés da sua Siciliana favorita, a qual havia lhe trazido sucesso em Mallorca, Larsen inesperadamente escolheu a Defesa Francesa - uma partida que era "tradicionalmente! difícil para o seu adversário. Botvinnik pouco antes tinha relatado que "Fischer se sentia inseguro com as brancas na Defesa Francesa, e embora essa abertura não seja especialmente boa para as negras, ele frequentemente está em posições difíceis". Entretanto, nessa ocasião tudo terminou de forma diferente.

Gostaria de fazer uma observação, sob minha inteira responsabilidade. No match anterior, quando Larsen enfrentou o alemão Wolfgang Uhlmann, foram jogadas nove partidas, dessas Larsen enfrentou a Francesa três vezes (tendo ganho uma e empatado duas). Todos sabemos que o alemão contra 1.e4 só tem uma resposta 1...e6! Logo, é de ter-se a certeza da preparação de Larsen, no estudo da Defesa Francesa. Nas ulltimas 29 partidas jogadas por Fischer (Palma de Marllorca e Match conrtra Taimanov) o norte-americano não enfrentou uma só vez essa Defesa. Como se não bastasse, Larsen não é de jogar esta Defesa. Admito, então, que Larsen pode ter avaliado que Fischer não se preparou para enfrentar uma Francesa logo na primeira partida, quando era de se esperar Larsen jogar a Siciliana. Terá sido por isso?

Vamos ver essa primeira partida, que mereceu considerações de Kasparov como sendo a melhor do embate e que culminou com os 6x0! 

Fischer - Larsen
Def. Francesa
1ª Partida - Match 1971

1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cc3 Bb4
Vejamos o que comenta o GM Yuri Averbach sobre este lance. "Detalhe interessante, esta variante da Defesa Francesa é a arma preferida de Ulhmann, rival recente de Larsen no match pelas quarta de final. Jogando com as brancas, na 3ª e 5ª partidas, desse match, Larsen seguiu 3.Cd2, evitando essa variante." Na verdade, também a 9ª partida, última do match, foi jogada essa mesma variante da 3ª e 5ª partidas. 
4.e5 Ce7 5.a3 Bc3 6.bc c5 7.a4 Cbc6 8.Cf3 Bd7 9.Bd3 Dc7 10.0-0 c4 11.Be2 f6 12.Te1 Cg6
Diz Averbach: "Atividade prematura. Correspondia, rocar agora, e se 13.Ba6 então 13...Tf7,,,Dá a impressão de que Larsen não está suficientemente familiarizado com todas as sutilezas desta variante".
13.Ba3!
"A posição da torre em e1 dá maior força ao sacrifício de peão." (Averbach)
"Um excelente lance de gambito; o roque na ala do rei já não é mais possível para as negras! É possível que o Grande Mestre dinamarquês estivesse esperando por 13.ef?!, mas Fischer já tinha queimado os dedos com Mednis...". (Kasparov).
13...fe
"Arriscado, mais seguro parece 13...0-0-0". (Averbach)
"O otimista Larsen acredita na sua estrela da sorte, de outra forma ele teria mudado de ideia e preferido o mais cauteloso 13...0-0-0..." (Kasparov)
14.de  Cce5 15.Ce5 Ce5 16.Dd4!
"Centralização poderosa" (Kasparov)
"Impede o grande roque (Da7) e ameaça17.Bh5+. (Averbach)
16...Cg6 17.Bh5!
"Outro lance brilhante. As negras teriam ficado satisfeitas com 17.Dg7 0-0-0 ..." (Kasparov)
"Depois de 17.Dg7 0-0-0, as negras dariam um suspiro de alívio. As brancas intensificam a pressão".. (Averbach)
17...Rf7 18.f4!
"É incrível como rapidamente se amontoam as ameaças das brancas; com cada lance Fischer traz uma unidade de guerra para o calor da batalha! Bastava um pequeno atraso - 18.Te5, e as negras teriam tido tempo para esconder o rei e montar uma defesa." (Kasparov)
18...The8 19.f5 ef 20.Dd5+ Rf6   
"A posição exótica do rei negro causa alarme, mas a tarefa das brancas não é nada simples; suas torres e a dama estão ameaçadas pela troca e no momento seus bispos de longo alcance estão na margem do tabuleiro. Fischer teve que investigar muitas variantes pouco claras e longas, e no final, ao nao encontrar uma forma direta de forçar a vitória, decidiu fazer o lance aparentemente mais natural e sólido, mais uma vez confirmando que tais posições irracionais não era o seu forte". (Kasparov)
21.Bf3 Ce5 22.Dd4 Rg6 23.Te5! De5 24.Dd7 Tad8
" Larsen põe suas esperanças no contraataque, porém Fischer pelo visto, havia calculado as iminentes complicações e não teme os fantasmas". (Averbach)
25.Db7 De3+ 26.Rf1 Td2
"Mas isso é um erro fatal. Larsen superestima a sua posição, e uma desilusão amarga o espera ao final de uma variante forçada. Ele deveria retroceder seu rei com 27...Rh7! com jogo perfeitamente satisfatório". (Kasparov) 
27.Dc6+ Te6 28.Bc5!
"Eis aqui a principal carta de triunfo das brancas! Entregando a dama, conservam a vantagem". (Averbach)
28...Tf2+ 29.Rg1 Tg2+ 30.Rg2 Dd2 31.Rh1 Tc6 32.Bc6 
"O resultado da escaramuça tática é um final com um balanço de material incomum. E embora nominalmente o material esteja igual, as brancas têm uma vantagem posicional marcante: seus poderosos bispos juntos com a torre não somente defendem de maneira segura seu rei, mas também estão prontos para começar a perseguição aos peões inimigos, enquanto criam ameaças ao rei preto. O peão a é especialmente importante". (Kasparov)
32... Dc3 33.Tg1 Rf6 34.Ba7
"Num final como este, o peão de a branco cumpre uma função decisiva. Com o potente apoio dos bispos, este marca irresistivelmente para a coroação". (Averbach)
34...g5 35.Bb6 Dc2 36.a5 Db2 37.Bd8+ Re6 38.a6 Da3 39.Bb7  Dc5 40.Tb1 c3 41.Bb6 (1-0) Se 41...c2 42.Te1+ etc.
"É dificil imaginar uma demonstraçção de poder do par de bispos mais impressionante!" (Kasparov). 

Para fechar este capítulo, vejamos algumas considerações de Daniel Johnson, extraídas do seu livro Rei Branco e Rainha Vermelha - Como a Guerra Fria foi disputada no tabuleiro de xadrez. Diz ele:
  "Esperava-se que o match tivesse um resultado bastante apertado, já que o desempenho de Larsen na competição vinha sendo extraordinário e seu histórico contra Fischer era muito melhor do que o de Taimanov. O próprio Larsen esperava não apenas vencer Fischer, como ainda sagrar-se o próximo campeão mundial. O grande dinamarquês comportava-se como um aristocrata, com a nobreza de suas feições refletindo uma sensibilidade refinada e um poderoso intelecto. Infelizmente para ele, Fischer tratou-o com a mesma falta de respeito que dedicara a Taimanov. O primeiro jogo sinalizou o que viria depois. Fischer deu a dama em troca de várias peças e um ataque avassalador, deixando Larsen completamente perdido a respeito de onde errara. Por mais de uma vez Larsen poderia ter empatado, mas lançou-se dessesperadaente em busca da vitória e perdeu. Ele, também, havia sido enfeitiçado por Fischer.
    Quando Larsen abandonou o último jogo, para novo placar de 6 a 0, não apenas os fãs do xadrez, mas o mundo inteiro prestou atenção. Na União Soviética, as transmissões na televisão foram interrompidas pelo anúncio. As notícias vindas de Denver fizeram o "medo de Fischer" subir a um nível de pânico total. Jamais nada parecido havia acontecido na história do xadrez. Pela primeira vez na Guerra Fria, um presidente dos Estados Unidos compreendeu toda a importância do fenômeno Fischer. Embora Richard Nixon soubesse pouco de xadrez, e ligasse menos ainda para o jogo, reagiu rapidamente a uma história que estava despontando na primeia página dos jornais e que mostrava um americano vencendo os soviéticos em seu próprio território...".  


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Bobby Fischer: o escudeiro de Caíssa - 7

O dilacerado de Denver!
Por Fernando Melo

A história do xadrez registra entre seus grandes acontecimentos a  chamada Batalha de Denver, quando o "exército" do dinamarquês Bent Larsen foi dilacerado pelo implacável "exército" do norte-americano Robert Bobby Fischer. Esse encontro e outras considerações sobre os bastidores é o que veremos neste capítulo.

O GM Yuri Averbach fez o seguinte comentário, publicado no Suplemento nº 30 da Revista Ajedrez, pág 80, sobre o Match Fischer - Larsen, pela Seleção Mundial 1971 (Torneio de Candidatos). Vejamos o que ele diz:

"El duelo de Robert Fischer con Bent Larsen es un acontecimento ajedrecístico que no necessita publicidad. Los talentosos  grandes maestros hace mucho que han ocupado lugares  destacados en la arena ajedrecistica mundial, Ambos han logrado éxitos magnificos, ambos poseen un brillante estilo personal
El estilo de Larsen se caracteriza por su buena dosis de riesgo. Larsen es osado y le gustan las situaciones agudas y poco claras. Por eso a veces entra en combinaciones donde su pusición se resiente e inclusive queda comprometida. Es sabido que Larsen soporta la derrota con valentia y eso mantiene su fe en la razón de ser de su estilo. basado en el riesgo.
El estilo de Fischer  tiene un fundamento lógico y racional. El estructura planes serenos y trata de castigar al rival cuado éste trasgrede los principios de la estrategia ajedrecistica.
Si las fuerzas son más o menos iguales, tal correlacion de estilos, que pareceria  llevar a un enfentamiento entre la llama y el hilo, generalmente favorece a la reflexion fria. Empero, éste no es más que el lado objetivo. Para el cuardo comleto son indispensables las consideraciones del aspecto psicológico de la lucha. Larsen confia en sacar el juego de Fischer de su cause habitual e cómodo, en obligarlo a entrar en nerviosos enfrentamientos tácticos. El problema es complejo y en la primera partida Larsen no lo resolvió, a pesar de que logró agudizar violentamente la lucha y "salirle" al rey de Fischer. El escudo resultó más fuerte que la espada; lá táctica no dio por tierra con el sentido común posicional.
Después de la partida, Fischer declaró: "Fue una partida muy tensa. Dudo que sepan que he realizado mi mejor encuentro. Un juego tenso e muy tenaz".
Efectivamente, la partida fue estructurada en ataques y contraataques; en cuanto a la defensa, los adversarios le prestaron atención sólo en los momentos más indispensables. Fundamentalmente, los rivales presentaron un estilo extraordinariamente agresivo.
A Larsen le quedaban en su reloj apenas 15 segundos quando hizo su 40ª jugada. Fischer disponia de más de media hora.
La sorpresa mayor en la partida inicial la constituyó el hecho de que el dinamarqués empleara la Defensa Francesa, que no habia jugado en los últimos anos"

Embates anteriores

Antes do match de Denver, que seria a Semifinal do Torneio de Candidatos de 1971, Fischer e Larsen já haviam se encontrado oito vezes. A primeira foi em 1958, no Interzonal de Portoroz. Fischer, então cm 15 anos, saiu-se vitorioso.No ano seguinte, em Zurique, o segundo encontro que terminou em empate. Em 1962, um novo encontro, com vitória de Fischer numa partida de exibição em Compenhague, quando Larsen jogou a Bird! O quarto embate ocorreu em 1966 num torneio de Blitz, em Santa Monica, com vitória de Fischer. Neste mesmo ano, os dois se enfrentaram duas vezes pelo Torneio Piatigorsky, com vitória para cada um. Em 1967, em Monte Carlo, voltaram a se encontrar, e Fischer venceu. Finalmente, em 1970, no famoso torneio Interzonal de Palma Mallorca, Espanha, quando Fischer somou 3,5 pontos na frente do vice-campeão, jogando 23 partidas, e tendo sofrido apenas uma derrota. Derrota essa exatamente para Bent Larsen, que terminou em segundo com 15 pontos.

Chegou então o ano de 1971. Torneio de Candidatos com oito aspirantes ao campeonato mundial. Fischer enfrentou Taimanov e ganhou por 6-0! Larsen enfrentou Uhlmann ganhou por 5,5 a 3,5. Veio então a Semifinal e Fischer ganhou para Larsen por 6-0! O mundo do xadrez ficou assustado!(continua)

domingo, 16 de outubro de 2016

Renato ganha Semifinal do Paraibano





Foi concluída na tarde de hoje a Semifinal do Campeonato Paraibano 2016, realizado na Fundação Casa de José Américo de Almeida, com direção do MF Francisco Cavalcanti e arbitragem do AN Ivanilson Pereira (aniversariante do dia). Foram 20 participantes, em cinco rodadas, e os cinco primeiros colocados estão classificados para jogar a Final do Paraibano em janeiro de 2017. A foto mostra, da esquerda para a direita os classificados: Marcos Valério (4º), Luiz Tomaz (2º), Renato Araujo (1º),, Diego Guerra (3º)   e Jeffeson Oliveira (5º).

MI Resende, sem jeito com a Bird!

(Segue texto enviado pelo MI Resende, sobre sua experiência nada animadora com a Bird!)

"Olá amigos do Reino de Caíssa.

De tanto Fernando Melo falar de sua predileta abertura Bird eu fui procurar se alguma vez eu a joguei em algum torneio pensado. Com a ajuda do MI Herman Claudius que a publicou em 1983 em sua coluna do Estadão, recuperamos tal partida. Não tive sucesso empregando 1-f4 porque na minha frente estava Lígia Carvalho, futura tetra campeã brasileira e um dos maiores talentos da história do xadrez feminino brasileiro, precocemente falecida no mesmo 1983. Veja matéria sobre ela com foto no link:

A partida é do ano de 1977, campeonato paulista sub 20 jogada no Clube de Xadrez São Paulo.
Antonio Carlos de Resende x Ligia Maria Abreu de Carvalho

Pois é Fernando Melo acho que não tinha jeito para ser jogador de Bird não...

Abs.,
Antonio Carlos de Resende"




Bobby Fischer: o escudeiro de Caíssa - 6

Feroz rivalidade!
Por Fernando Melo

"Eu iria me contentar com o 19º lugar se Fischer terminasse colocado em 20º", ou seja em último, Isso foi dito pelo GM polônes, naturalizado norte-americano Samuel Reshevsky, no Torneio de Buenos Aires 1960. Torneio este que pela primeira e única vez, Reshevsky terminou na frente de Fischer. Ele terminou empatado com Korchnoi em primeiro, ambos com 13 pontos em 19 possíveis, e Fischer ficou em 13º com 8,5 pontos. Nos confrontos diretos, Fischer empatou com Reshevsky e com Korchnoi.

No Interzonal de Sousse 1967, a rivalidade parecia aumentar, mesmo passado tantos anos. Na partida entre os dois, Fischer chegou 53 minutos atrasado, faltando apenas 7 minutos para o seu relógio acusar a derrota por WO. E o que aconteceu? Fischer fez seu movimento de abertura sem nenhum pedido de desculpas! Já Reshevsky, que tinha sido convencido que Fischer, perdera o jogo e queixou-se furiosamente para os organizazadores.

Reshevsky se recusou a jogar para a equipes dos Estados Unidos na Olimpíada de Xadrez de 1960, 1962 e 1966. E por que? Exatamente porque Fischer, como campeão do país, foi escolhido à frente dele.

O que se sabe é que, embora Fischer e Reshevsky tenham vivido a maior  e mais feroz rivalidade do xadrez, Fischer reconhecia a força de seu rival do tabuleiro, respeitando o campeão mais velho e afirmando no final dos anos 60 que Reshevsky foi o jogador mais forte do mundo em meados da década de 50, quando ele derrotou num match de 4 mini-jogos  o então campeão do mundo Miguel Botvinnik, no embate entre EUA x URSS, no primeiro tabuleiro, partidas realizadas em Moscou. 

Certamente o que mais empolga o embate entre os dois foi o match que jogaram em 1961. Rsshevsky vinha perdendo para Fischer nos Campeonatos dos EUA e numa ocasião, disse publicamente: "Em um match ele nunca me derrotará". Fischer aceitou o desafio. e em junho a American Chess Federation anunciou o match vindouro. Seriam 16 partidas: as quatro primeiras em Nova York, as oito seguintes em Los Angeles e as quatro últimas em Nova York. A premiação era de 6 mil dólares (que era o nível dos matchs pelo mundial de então). Portanto uma premiação e tanto, e que era patrocinado por uma  Rothschild, a Sra. Jacqueline Piatigorsky

Kasparov faz uma observação realmente curiosa:  "Quando a revista Chess Life perguntou a alguns dos principais Grandes Mestres do mundo as suas previsões para o match, nenhuma delas foi para Fischer! Petrosian previu uma contagem de 9,5 a 6,5 favorável a Reshevsky, Keres 9-7, enquanto Gligoric e Larsen simplesmente  responderam que Reshevsky venceria." E completa Kasparov: "Para os leitores essa unanimidade soou estranha: Fischer aos 18 anos estava em ascensão, enquanto Reshevsky aos 50 já estava ´na descendente`. Entretanto, em match, como se sabe, a experiência pesa muito, e nisso Bobby claramente tinha uma lacuna".
.
O match teve inicio e não chegou ao seu final, por conta de Fischer discordar de algumas mudanças das regras. Das 16 partidas estabelecidas, foram jogadas apenas 11, com o resultado igualado:2 vitórias, 2 derrotas e 7 empates. Na opinião dos críticos e analistas a melhor partida foi mesmo a 5ª, e sobre a qual Kasparov faz um ampla análise no seu livro, Fischer também a incluiu nas 60 Melhores Partidas.

Nos embates durante oo Campeonato dos Estados Unidos, do qual Fischer participava por ter força de Zonal, classificando parta o Interzonal. o resultado foi sempre favorável a Fischer diante de Reshevsky. Fischer venceu todos. O primeiro, em 1957/58, terminou em primeiro e Reshevsky em segundo. No seguinte,  1958/59, o resultdo foi igual. No terceiro, 1959/60, Fischer em primeiro e Reshevsky em terceiro. No quarto campeonato, 1960/61, a distância foi maior, uma vez que Reshevsky terminou em 5º lugar, com Fischer colocando 3 pontos na frente dele, continuava ganhando o campeonato seguidamente. No de 1962/63, mais uma vez Reshevsky termina em quinto lugar. No seguinte, 1963/64, Fischer ganhou todas as partidas, num total de 11! Reshevsky terminou em quinto lugar com 6,5, com 4 vitórias, 5 empates e duas derrotas. No de 1965, Reshevsky termina em terceiro e, pela primeira vez, no c\mpeonato do país, vence Fischer no confronto direto. No do ano de 1966, Reshevsky joga abaixo de suas forças e termina em 9º lugar, com Fischer, sempre, em primeiro. E assim termina o ciclo da participação de Fischer nos Campeonatos dos Estados Unidos, como essa esmagadora vantagem frente ao seu rival maior.

Mais uma vez eles se enfrentariam no Torneio Internacional Buenos Aires 1970, com  18 participantes, inclusive o brasileiro  Mequinho. Pois bem, neste torneio o embate dos dois rivais terminou em empate. No resultado final, Fischer em primeiro com 15 pontos em 17 possíveis (13 vitórias e 4 empates)! Reshevsky somou 10,5 pontos e terminou em 6º lugar, com 4 vitórias e 13 empates) Ou seja, ambos terminaram sem conhecer a derrota, mas o número de vitórias de Fischer no confronto com Reshevsky, neste torneio é abismal! E vajam a ironia: o núero de empates que Reshevsky teve, foi o mesmo nímero de vitórias que Fischer teve!

Neste mesmo ano, 1970, Fischer ganhou o Interzonal de Palma de Mallorca. Foram 24 participantes e Fischer somou 18,5 pontos! Foram 3,5 pontos na frente do segundo lugar. Reshevsky também jogou este Interzonal e amargou um distante  17º lugar, com 9,5 pontos! Foi a ultima vez que os dois se enfrentaram!   


sábado, 15 de outubro de 2016

Luis e Renato lideram Semifinal

Tomaz (d) no embate com o promissor garoto Gutemberg.
Com 3 pontos em 3, os enxadristas Luis Antonio Tomaz e Renato Araujo lideram a Semifinal do Paraibano 2016 e se enfrentam amanhã, pela manhã, na quarta rodada. É quase certo que os dois estão classificados para a Final, considerando que são cinco vagas. Após a terceira rodada, não está fácil avaliar quais participantes vão ocupar as três vagas restantes.

Quadro da quarta rodada:

1 - Luiz Tomaz(3) x Renato Araujo(3)
2 - Antonio Gomes (2,5) x Jeffeson Oliveira(2)
3 - Fabson Palhano(2) x Marcos Valério(2)
4 - Diego Guerra(2) x Gutemberg Nascimento(2)
5 - Renan Lage(1,5) x Ubirajara  Barros (1/5)
6 -  Luis Fabio(1,5) x Thiago Felix(1,5)
7 - Francisco Dantas (1,5) x Claudionor Rodrigues(1,5)
8 - Luciano Galindo (1,0) x Petrov Baltar(0,5)
9.-  Genildo Gomes(0,5) x Alexander Ferreira(0,5)  
10 - João Felipe(0,5) x Antonio Dutra (0,0)

Fotos de Cristiane Lopes.










Fotos da Semifinal do Paraibano

Seguem fotos da Semifinal do Campeonato Paraibano de 2016, enviadas pela AA Cristiane Lopes. O torneio, com 20 participantes, está em andamento na Fundação Casa José Américo de Almeida, no Cabo Branco, e será concluído amanhã, quando serão conhecidos os 5 classificados para a Final do Paraibano, a ser realizado em janeiro. Acompanhe pelo chess-results (link).











sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Começa a Semifinal

Renato Araujo é um dos favoritos a ganhar a Semifinal
Foi realizada hoje à tarde, na Fundação Casa de José Américo de Almeida a primeira rodada da Semifinal do Campeonato Paraibano 2016, com algumas surpresas, se formos avaliar pela força do Rating. Na Mesa 03, Marcos Valério (2033), de brancas, perdeu para Felix Diego Guerra (1724). Na Mesa 4, outra surpresa: Gutemberg Nascimento (1635) ganhou para Renan Ribeiro Lage (1974) Já Alexander Ferreira (1590), na Mesa 6, empatou com Francisco Dantas (1927). João Felipe (1443), na Mesa 8, empatou com Fabio Jales, (1830).

Amanhã, a partir das 9 horas, teremos a segunda rodada com os seguintes embates:
1 - Diego Guerra - Ranato Araujo
2 - Luiz Tomaz - Jeffeson Oliveira
3 - Luciano Galindo - Fabson Palhano
4 - Thiago Felix - Gutemberg Nascimento
5 - Francisco Dantas - Ubirajara Barros
6 - Antonio Gomes - João Felipe
7 - Fabio Jales - Alexander Ferreira
8 - Genildo Gomes - Marcos Valério
9 - Renan Lage - Petrov Baltar
10 - Antonio Dutra - Claudionor Henriques

Bobby Fischer: o escudeiro de Caíssa - 5

A partida banida!
Por Fernando Melo
(conclusão)

Portanto com o lance secreto 43.Ce3+, vemos selado o destino das negras. A vantagem da qualidade se soma ao prosseguimento do ataque branco. E a partida continou assim:

43...Re6 44.Be2!

A nona exclamação. Uma dupla ameaça, com 45.f4 ou 45.Bb5, no que deixa as negras ainda mais debilitadas.

44...Rd7 45.Bb5+ Cb5 46.Tb5 Rc6 47.a4 Bc7 48.Re2 g5 49.g3 Ta8 50.Tb2 Tf8 51.f4

"O começo do fim". (Fischer)

51...gf 52.gf Cf7 53.Te6+  

( Se 53...Bd6 54.Tf6! é muito forte - Fischer)

53...Cd6 54.f5 Ta8 55.Td2!

Décima e última exclamação.

55...Ta4 56.f6 e as negras abandonaram, (1-0)

Se 56...Tf4 57.Cd5 ganha. Uma dura luta! (Fischer)

Nos lembra Kasparov que antes desta partida, Stein tinha 3,5 em 5, "mas a derrota para Fischer teve um efeito depressivo nele e arruinou seu torneio inteiro, "por inércia". Ao longo das considerações feitas a respeito desta partida, Kasparov faz uma análise do comportamento de Fischer, ao dizer: "Embora Fischer estivesse liderando de modo confiante, ele mostrou seu nervorsismo e causou problemas consideráveis aos organizadores. "Houve rodadas em que ele muitas vezes trocou de uma mesa para outra", alegando estar muito próximo dos espectadores e o barulho o estava incomodando, ou estava insatisfeito com a iluminação, embroa nenhum outro jogador reclamasse disto. No final das contas trouxeram dois conjuntos de lâmpadas, as quais peambulavam pelo palco com Fischer..."

Essas reclamações de Fischer, assinalemos que ele tinha coragem de fazer sob pena de abandonar o tonneio, eram fruto de sua autoconfiança. Ele sabia que seu nome em um torneio dava dignidade ao mesmo, sem desfazer os demais. Mas o que considero mais importante, e aí os enxadristas do mundo inteiro que competem em torneio, têm uma divida de gratidão para com ele, porque se hoje os torneios são organizados e zelam pelo bem estar do jogador, muito disso se deve aos reclamos de Fischer. E saibam todos: ele fez isso para o bem do xadrez, sacrificando-se, pois teria sido campeão do mundo muito mais cedo, caso nao tivesse abandonado provas classificatórias, em que era claramente o vencedor por discordar dos métodos, que no fundo prejudicavam a todos. 

Começa hoje!


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Bobby Fischer: o escudeiro de Caíssa - 4

A partida banida!
Por Fernando Melo
(continuação)


Vamos então conhecer esta partida de Bobby Fischer conduzindo as brancas, frente a Leonid Stein, os dois campeões dos Estados Unidos e União Soviética, respectivamente, na 7ª rodada do Interzonal de Sousse 1967. Nesse torneio, segundo Kasparov, realizado na Tunísia entre outubro-novembro, se desencandeou um drama, que faz com que tenhamos uma das páginas mais intrigantes na biografia de Fischer

A verdade é que quando Fischer chegou para jogar, mostrava estar em excelente forma, pois, afinal,  vencera dois torneios internacionais sucessivos (Monte Carlos e Skopje). Além da boa forma técnica, estava bem psicologicamente, afável com os pessoas, inclsuive com seu adversários soviéticos. Menos com Rehevsky, pois os dois não se entendiam e todos sabiam disso. Mas quando o torneio começou... Fischer teve sérios embates fora do tabuleiro, reclamando da iluminação, do plateia muita próxima...foi protestando e faltando partidas por não ver atendido seus pedidos. Com uns a direção concordou, com outros não, mas o fato é que Fischer abandonou de vez esse torneio após estar liderando a prova com 7 vitórias e 3 empates!

Finalmente, vamos ver a partida agora, sobre a qual busquei informações no livro Minhas 60 Melhores Partidas, de Robert Fischer (por sinal a de número 60. a última do livro) e no IV Volume de Meus Grandes Predecessores, de Gary Kasparov.  

Fischer observa e Stein pensa
Fischer - Stein
Ruy Lopez C92

1.e4 e5

É evidente que Stein sabia que Fischer iria jogar 1.e4 (o lance favoritíssimo do norte-americano). Por sua vez, Fischer esperava que seu adversário respondesse com a Siciliana, já que Stein sentia-se confortável  jogando o Dragão Acelrado, sua variante favorita. Como vimos, os dois estavam assim prontos para uma Abertura que conheciam, pois a Ruy Lopez faz parte do arsenal de quase todo Grande Mestre.

2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 Cf6 5.0-0 Be7 6.Te1 b5 7.Bb3 d6 8.c3 0-0 9.h3 Bb7 10.d4 Ca5 11.Bc2 Cc4

"Um plano muito intricado: as negras querem manter seu adversário fora de caminhos bem trilhados" (GK). " Acredite ou não, esse cavalo está se dirigindo a d7!" (Fischer)

12.b3 Cb6 13.Cbd2 Cbd7

Em 13 jogadas, na fase de abertura, este cavalo fez cinco movimentos!

14.b4! 

Ao longo desta partida de 56 lances, tivemos dez movimentos que receberam exclamação, como consta no livro de Fischer. Este foi o primeiro. Impede ...c5 e prepara um esquema dominante com 15.Bb2 seguido de c4. A continuação rotineira é 14.Bb2, "que não dá nada". Explica Kasparov que o lance do texto é uma novidade e que Fischer ... encontrou um caminho para se engajar em uma batalha aberta - mais ou menos como fez cinco anos mais tarde na 10ª partida de seu match  com Spassky.  

14...ed 15.cd a5 16.ba c5 17.e5!

A segunda exclamação! Já Kasparov prefere o !? (lance que merece atenção), e diz ele: A sede por uma luta aberta. Mas talvez o tranquilo 17.Bb2 seguido por a2-a4 tivesse sido mais deagradável para as negras, conquistando a casa c4 para o cavalo, em analogia à partida Ciric-Robatsch (Beverwijk 1967).

17...de 18.de Cd5 19.Ce4 Cb4!

"A ideia é forçar a retirada do bispo e por meio disso trancafiar a torre das brancas em a1. Se 19...Ta5? então 20.Ceg5! h6 21.Dd3! g6 22.Ce6!, e as brancas vencem" (Fischer) 

20.Bb1 Ta5 21.De2!

A terceira exclamação dada por Fischer. Incrementando a pressão... Começa a perfilar-se o ataque contra o rei negro.

21...Cb6?

Vejamos o que diz Fischer: "Muito possivelmente `o lance perdedor`. Era melhor reservar esse cavalo para a defesa da ala do rei. Mais prudente é 21...Te8! com ideia de ...Cf8".
A esta altura, Kasparov diz algo bem interessante. Ele acediata que Stein foi infeliz na escolha dessa abertura.. Diz ele: "Parace-me que a decisão fatal de Stein foi consequência do seu hábito "Siciliano", onde as negras frequentemente se salvam de um ataque ao seu rei através da criação de contrajogo na ala da dama, e a sua experiência insuficiente na "Espanhola", onde, ao contrário, as negras precisam em primeira instância tomar cuidado com o seu rei. Como resultado, o senso de perigo de Stein não funcionou de forma paradoxal, ele foi derrubado pela... sua grande experiência na Siciliana! Assim sendo, sua escolha de abertura nessa partida deve ser considerada infeliz!

22.Cfg5!

A quarta exclamação. Diz Fischer: "Agora começam a surgir as ameaças". E completa Kasparov: "O cavalo negro partiu, mas o das brancas chegou - e a superioridade do exército atacante se torna de imediato devastadora

22...Be4 23.De4 g6 24.Dh4 h5 25.Dg3!

A quinta exclamação.  Diz Fischer: "Agora as brancas ameaçam 26.Ce6! Bh4 27.Cd8 Bg3 28Cb7 Ta7 29.Cc5"

25...Cc4 26.Cf3?

Neste instante faltou energia! Em plena escuridão - diz Fischer -  comecei a me preocupar com 26...Cd3. Voltou a luz e pude ver claramente que 26...Cd3? se refutava com 27.Bd3 Dd3 28.Bg5! e as brancas penetram decisivamente pelas débeis casas negras".
Kasparov diz o seguinte sobre o lance em questão: "Um atraso: as brancas têm por objetivo resolver seus problemas através de meios puramente técnicos, mas como resultado, elas têm que sacrificar material em uma situação menos favorável!

26...Rg7 27.Df4 Th8 28.e6!

A sexta exclamação. "Depois desse golpe, não sobra nada da fortaleza em volta do rei negro" (Gligoric)

28...f5 29.Bf5! 

A sétima exclamação.

29... .Df8

"É triste, mão não há como salvar a partida

30.Be4?

"Mostrando novamenrte uma inclinação em direção a uma solução técnica para a posição sem qualquer sacrifício" Kasparov.

30...Df4 31.Bf4 Te8?

Diz Fischer: "A melhor tentativa é 31...Ta2! Se 32.Tad1 Ta7! segura. 32.Ta2 Ca233.Ce5 g5 34.Bg3 mantém a iniciativa, mas as negras têm chances de empate".

32.Tad1 Ta6 33.Td7 Te6 34.Cg5 Tf6 35.Bf3!

A oitava exlamação.

35...Tf4 36.Ce6+ Rf6 37.Cf4 Ce5 38,Tb7 Bd6 39.Rf1 Cc2 40.Te4Cd4 41.Tb6 Td8 42.Cd5+ Rf5 41.Ce3+

O lance secreto.

(continua)

Premiação da Semifinal





A Semifinal do Paraibano 2016, que começa na tarde de amanhã, na Fundação Casa de José Américo de Almeida, sob a direção de MF Francisco Cavalcanti e arbitragem de vanilson Pereira. vai distribuir R$ 1.200,00 (hum mil duzentos reais) em prêmios entre os cinco primeiros colocados, e o campeão também receberá o troféu, sendo que os demais classificados, até o décimo lugar, vão receber medalhas. 


1º lugar - 400 reais + troféu
2º lugar - 300 reais + medalha
3º lugar - 200 reais + medalha
4º lugar - 150 reais + medalha
5º lugar - 150 reais + medalha

Coluna não saiu!

A editoria de esporte do jornal Correio da Paraíba havia me avisado que a coluna iria sair hoje. Não saiu! Paciência! Vamos aguardar para a normalidade na próxima terça-feira!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Maternidade no Dia da Criança!

Dia da Criança,
nossa homenagem as que estão nascendo hoje

Bobby Fischer: o escudeiro de Caíssa - 3

A partida banida!
Por Fernando Melo

Sabemos todos que Bobby Fischer foi autor, no tabuleiro,  de algumas "tragédias shakesperianas". É profundamente lamentável e nos deixa mesmo tristes, saber do seu abandono do Interzonal de Sousse em 1967, quando ele tinha tudo para ser o campeão! Temperamento dificil para se perfilar diante das normas burocráticas da FIDE, causou essa grande lacuna, quando ele marchava para ser, bem mais cedo, o campeão do mundo. Mas o fato aconteceu e restou ainda uma outra tragédia. Suas partidas foram simplesmente banidas dos boletins oficiais, pelo fato de Fischer ter abandonado o torneio antes da metade do seu término. Uma dessas partidas é o motivo deste capítulo, que vamos pesquisar para uma apresentação aos nossos leitores.

Das dez parrtidas que jogou (o torneio contava com 21 partidas), Fischer ganhou 7 e empatou 3! Esse resultado, por sí só, já diz muito. Ou seja, 8,5 em 10 é demais! Ninguém tinha dúvida de que ele marchava para ser o campeão desse evento.

Stein e Fischer, Havana 1966
Apesar da partida que vamos ver abaixo ter sido banida dos anais oficiais do Interzonal de Sousse 1967, ela tem uma história muito envolvente o que a leva a se manter eterna na memória dos enxadristas que se interessam por Bobby Fischer. Como se não bastasse, a partida foi eleita a melhor do Informador nº 4, inaugurando assim essa seção, já que os três primeiros números não apresentavam essa indicação. Era um embate bastante esperado, afinal o encontro do campeão dos Estados Unidos (Bobby Fischer) contra o campeão da União Soviética (Leonid Stein)! Ambos, na visão de alguns comentaristas tinham condições de chegar em primeiro no torneio, que terminou sendo vencido pelo dinamarquês Bent Larsen, que fez uma excelente campanha, somando 15,5 em 21 pontos, um ponto e meio na frente do segundo colocado, Vicktor Korchnoi. No confronto direto, Larsen venceu sua partida para Stein (não jogou com Fischer), e o campeão russo terminou em 8º lugar, com 13 pontos.

Antes de entrarmos na análise da citada partida, vejamos um ligeiro perfil de Leonid Stein, que nasceu na Ucrânia no dia 12 de novembro de 1934 e morreu, aos 38 anos vítima de um ataque cardiaco, em 4 de julho de 1973. Nos últimos curtos anos de sua vida estava jogando forte e vencendo adversários famosos, mas nunca chegou a participar do Torneio de Candidatos, o que não conseguiu por pouco. Sobre ele, Kasparov disse: "Stein expandiu os limites da nossa compreensão de jogo, mudando nossas impressões sobre a correlação de material e qualidade de posição... e criou os motivos para o surgimento do xadrez moderno, ultra dinâmica"  (continua)