domingo, 26 de maio de 2013

Carlsen e a nova revolução

Por: Arthur Olinto

A lendária Judit Polgar usando um computador da "era dos dinossauros"
(fonte: facebook)

Computadores: muitos foram encantados pelas facilidades dessas máquinas. Inclusive nós, amantes da nobre Arte de Caíssa. Infinitos programas de xadrez foram criados para o treinamento de jogadores. Finais, meios-jogos, aberturas; a variedade é enorme. Aliás, qual o jogador de xadrez que não tem um programa para preparar uma abertura contra o oponente da próxima rodada? Eu mesmo sou um fã de carteirinha do Chessbase e sua infindável database. Porém, aqui vale fazer um questionamento: até que ponto a preparação computacional pode estagnar a mente de um jogador? Muitos falavam nos círculos enxadrísticos que o computador iria acabar com o xadrez. Tudo acabaria em um eterno empate. Para o nossa alegria, isso não acontecerá a depender dos acontecimentos recentes. Como todo gênio, o Norueguês Magnus Carlsen está revolucionando esse conceito de que o computador é o melhor amigo do jogador de xadrez. Conforme o GM Rafael Leitão destacou em seu blog: “Ele joga qualquer coisa, raramente tem grande vantagem na abertura, mas comete poucos erros táticos e tem uma paciência e técnica de finais impressionantes.”  O fator humano está de volta. E Magnus tem mostrado que esse fator é mais forte do que se pensava. O filósofo britânico G.K.Chesterton, certa feita, disse algo que descreve os meus sentimentos com relação a esse Efeito Carlsen. Há mais de 100 anos atrás ele declarou: “Nenhuma das máquinas modernas, nenhuma das parafernálias modernas (...) têm algum poder sobre alguém, exceto sobre aqueles que optaram por usá-las.” As máquinas não têm poder sobre Carlsen. E ele, como todo prodígio, vem desafiando os conceitos do seu tempo. Eis aí a nova revolução.

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