quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sunyê luta contra o câncer




"O gênio paranaense, acostumado a batalhas difíceis, enfrenta uma mais traçoeira, contra o câncer. Felizmente está vencendo. Na próxima semana se submeterá a última sessão de quimioterapia e deverá receber alta".
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FIGURA EXEMPLAR
por Joaquim Pinheiro
" O destino me permitiu conhecer pessoas notáveis. Algumas conseguiram ultrapassar os limites da área que habitam registrando seus nomes nos arquivos da história. Significa dizer que serão conhecidas por gerações futuras. Esta semana tive a satisfação de receber a visita de uma delas, Jaime Suniê Neto. Jaime, paranaense de nascimento, foi, ao lado de Henrique Mecking, quem mais projetou o xadrez brasileiro. A Fama do gaucho Mequinho veio de cima para baixo. Ganhou o título de Mestre Internacional ( o 1º do país) na época dos governos militares. As autoridades de então se aproveitaram dele como peça de propaganda, vinculando seu feito ao regime, colocando seu nome na mídia. Daí a sua projeção, por sinal, merecida.
Jaime Suniê, ao contrário, construiu sua fama de baixo para cima. À medida que acumulava títulos empregava seu tempo em prol do desenvolvimento do Xadrez. Disputou 1o finais de campeonato brasileiro, vencendo 7. Campeão sul-americano, medalha de ouro na olimpíada mundial da modalidade, tem em seu curriculo o 1º lugar em 3 torneios interncionais promovidos pela FIDE (a FIFA do xadrez).
Implantou o programa "xadrez nas escolas" no Paraná, depois copiado por vários outros Estados e adotado nacionalmente pelo governo federal. Meu conhecimento com o mestre ocorreu em 1989, por intermédio de outro Mestre, Marco Asfora, também campeão brasileiro, outro notável, tão importante para o xadrez de Pernambuco e nordestino quanto Suniê para o brasileiro.
Jaime tentou adquirir para o Paraná a maior biblioteca de xadrez existente no Brasil. Conseguiu verba, aprovação da asssembléia estadual, autorização do governador mas o proprietário, Dr. Luis Tavares, preferiu doá-la ao Estado de Pernambuco. Jaime apesar da luta perdida, deu aula de cavalheirismo vindo, como Presidente da CBX presidir o ato da entrega do acervo.
Em 1988, atendeu ligação pedindo orientação para implantação do programa xadrez nas escolas Pernambucanas. Não se fez de rogado e dias depois desembarcou em Recife, vindo pessoalmente transmitir as dicas.
O gênio paranaense acostumado a batalhas difíceis, enfrenta uma mais traiçoeira, contra o câncer. Felizmente, está vencendo. Na próxima semana se submeterá a última sessão de quimioterapia e deverá receber alta". (Este artigo foi publicado originalmente no blog Cariricaturas, no dia 25 de julho de 2009.) Obs: Na foto acima, Sunyê é o terceiro da direita para a esquerda, ao lado de Marco Asfora(mãos cruzadas). Os demais são enxadristas do Banco Central em Recife.

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