terça-feira, 31 de maio de 2016

Um erro grave!

Por Fernando Melo

Em 1966, Bobby Fischer tinha 23 anos e era considerado um dos melhores jogadores de xadrez do mundo, tanto iso é verdade que seis anos depois, ele derrotava a Escola Russa e conquistava a coroa de campeão, ao destronar Boris Spassky, em 1972, pelo Campeonato Mundial. Mas nesse ano de 1966 teve uma partida que certamente, Fischer nunca esqueceu. Ele perdeu para Najdorf, quando era favorito, e se tivesse ganho, o que seria absolutamente normal, seria campeão do torneio. Terminou em segundo, meio ponto atrás de Spassky que foi o campeão. O torneio era o Segundo Piotigarsky Cup, com 10 jogadores, cada um jogando duas vezes com o mesmo adversário, significando dizer que foram 18 rodadas.   Esse torneio também registra mais um ponto  negativo para Fischer: perdeu 3 partidas, o que já era raro, bem raro, bastante raro na época para ele.

Vejamos a partida, lance a lance, até o abandono, que ocorreu no movimento 31;
Miguel Najdorf - Bobby Fischer
Santa Monica - California - EUA - 1966
Defesa India do Rei

1.d4 Cf6 2.c4 g6 3.Cc3 Bg7 4.e4 d6 5.Be2 0-0 6.Bg5 c5 7.d5 e6 8.Cf3 h6 9.Bh4 ed 10.cd g5 11.Bg3 b5 12.Cd2 a6 13.0-0 Te8 14.Dc2 De7 15.Tae1 Cbd7 16.a4 b4 17.Cd1 Ce5 18.Ce3 Cg6 19.Cec4 Cf4 20.Bf4 gf 21.e5 de 22.Bf3 Df8 23.Ce5 Bb7 24.Cdc4 Tad8 25.Cc6 Te1 26.Te1 Te8 27.Td1 Tc8 28.h3 Ce8 29.C6a5 Tb8 30.Df5 Cd6 ??  31.Cd6 (1-0)


segunda-feira, 30 de maio de 2016

Caruana lidera Memorial


Com quatro vitórias e um empate, Caruana vem liderando o Torneio Memorial Gashimov, no Azerbaijão. Como vemos, no quadro abaixo, o desafiante de Carlsen, o russo Karjakin. cujo match será em novembro, está jogando e ocupa o terceiro lugar. Bom saber que a chinesinha está jogando e ocupa o penultimo lugar. 





Unindo gerações

Por Fernando Melo

Helen (brancas) enfrentando seu jovem adversário

Em sempre tenho dito que o xadrez tem o poder te fazer as pessoas felizes. Vou contar mais uma historia que prova essa acertiva do Mestre Siegbert Tarrasch (1862-1934) que disse certa vez: "Assim como o Amor e como a Música, o Xadrez tem o poder de fazer as pessoas felizes!" Quero me referir a uma senhora de 83 anos chamada Helen Warren, que encontra no xadrez uma razão para continuar de bem com a vida.


Ela é viuva de Jim Warren, que morreu em 2014, aos 81 anos e que foi o primeiro membro da Chicago Industrial Chess Ligue a subir para o nivel de Expert. Jim Warren tem também um feito histórico que certamente sua viuva não esquece: ele jogou duas vezes com Bobby Fischer (em simultânea) e empatou as duas vezes! Antes de se aposentar, Helen escreveu para revistas de xadrez e ao lado do marido, organizou torneios, onde veio a conhecer Bobby Fischer.

Hoje, morando numa casa de idosos, na vila de Lombard, em DuPagge County, Illinois, Estados Unidos, onde não lhe falta conforto nem assistência, Helen, pelo menos, uma vez por semana, tem o seu encontro com Jonathan Moore, 19 anos, e que trabalha na casa que ela vive, para uma partida de xadrez e nascendo assim uma amizade que só a arte de Caissa sabe cultivar!.

domingo, 29 de maio de 2016

Uma derrota inesquecível!

Por Fernando Melo

Fischer diante de Palermo,

Fischer foi, é e será sempre o maior jogador de xadrez de todos os tempos. Perguntem a Kasparov e a Carlsen e eles dirão que sim! Existem catalogadas 997 partidas dele, com 568 vitórias, 295 empates e 134 derrotas. É um número muito expressivo. Dito isto, gostaria de chamar a atenção do leitor para uma derrota que Fischer sofreu em apenas 15 lances durante uma simultânea, quando ele estava no auge de sua fama e prestígio, já despontando como o futuro campeão do mundo, tal a força do seu jogo. Estamos falando do ano de 1970.


O seu carrasco foi um jovem de 17 anos chamado Carlos Garcia Palermo, da Argentina, que bem mais tarde foi para a Italia onde naturalizou-se. Estou aqui a imaginar a emoção de Palermo diante desse raro, muito raro, bastante raro acontecimento! Imagino um salão lotado, onde todos voltaram seus olhares para aquele jovem jogador que ousou derrotar Bobby Fischer, em apenas 15 lances! 

Palermo conquistou o titulo de MI em 1981 e de GM em 1985, quando ainda vivia na Argentina e na Olimpíada de Dubai, 1986, jogou pela última vez defendendo as cores do seu país natal. Jogou mais duas Olimpíadas, a de 1992 e 2006, pela Italia. Atualmente, Palermo está com 62 anos e desde 2013 é trainer da FIDE.


sábado, 28 de maio de 2016

O xadrez na vida de Réti

Por Fernando Melo
Hoje é o aniversario de nascimento de Richard Réti

É dolorido, muito dolorido, bastante dolirido para uma pessoa ser forçada a interromper seu plano e esperança de vida - fazia doutorado em Matemática - por conta da I Guerra Mundial.  Convocado, o jovem Richard Réti, por conta da sua frágil constituição física foi poupado de ir para o front, mas ficou servindo em um escritório. Foram tres anos de guerra frustantes e como muitas vezes ele reclamou, sem acesso a uma biblioteca científica. Ocorre que a deusa Caissa devia estar atenta e não o abandonou, pois Réti tinha mais e mais tempo para se dedicar ao xadrez, que usava como hobby.. Em 1918 ele experiemntou a sua primeira grande vitória, ao vencer o torneio de Kassa, na frente de Vidmar, Breyer, entre outros. Terminada a guerra, Reti e sua familia (pais e irmão) tiveram momentos difíceis em face da inflação alta instalada no país (Hungria), chegando mesmo a passar necessidades básicas..

Apesar de Kassa ter sido um torneio de nivel nacional, a vitória de Réti alertou o mundo do xadrez até que ele recebeu convite que ia mudar a sua vida. A Federação de Xadrez da Holanda o convidou para atuar como Mestre de xadrez em Residence. Era por alguns meses e durou vários anos! Esse episódio holandês significou para Réti uma virada decisiva em toda sua carreira e vida.

Tenho por Réti um especial carinho pelo muito que ele representa para o fortalecimento do xadrez. Hoje, 28 de maio, é o aniversário de seu nascimento, quando completaria 127 anos. Seus livros, seus estudos de Final, a Abertura que é imortalizada com seu nome e jogada atualmente por muitos Grandes Mestres, se somam para deixá-lo bem situado na galeria dos grandes nomes do xadrez internacional. 
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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Morreu Pomar!




O GM espanhol Arturo Pomar morreu ontem aos 84 anos. Foi campeão espanhol sete vezes e jogou pela equipe nacional doze olimpíadas de xadrez consecutivas, de 1958 a 1980. Ele enfrentou Bobby Fischer, apenas uma vez. Foi no Interzonal de Estocolmo em 1962, e jogando de negras, Pomar arrancou um empate após 77 lances!

Nunca desista!

Por Fernando Melo

Assim como na vida, você só pode ter sucesso no xadrez se você não desistir. Sei que a caminhada é longa, as vezes espinhosa, dolorida, mas você deve ter esperança, acreditar no seu potencial e saber que é uma questão de tempo. Esta semana fiz essa constatação ao assistir a ascensão do nosso amigo Alexandre César. Digo isso com toda confiança, com responsabilidade e sem subterfúgios.

Nas nossas aulas de xadrez, ao longo de muitos meses, Alexandre mostrava-se um jogador que não media consequência para aplicar um plano. Me deu trabalho no começo, quando eu dizia que era preciso rocar logo e não trocar peças na abertura desnecessariamente. Ele parecia não me ouvir, pouco rocava e muito atacava. O resultado era desastroso. Mas ele tinha algo que me cativava: a vontade de jogar e, evidentemente, a vontade de aprender. Homem de um belo caráter, Alexandre foi se educando nos ensinamentos básicos e aos poucos começou a aceitar nossas posições. O tempo passou, foi passando e chegamos a quarta feira passada, dia 25.

O que vi foi um Alexandre César jogando um xadrez de gente grande, sabendo o que estava fazendo, com uma paciencia que me assustou. Jogamos quatro partidas,  a primeira com uma hora nocaute, terminou num empate proposto por ele, numa posição em que estava melhor. Nas duas seguintes, agora com meia hora nocaute, ele ganhou e ganhou bem. Jogamos uma quarta e última, de 15 minutos, e venci. Mas o saldo desse encontro foi altamente positivo como lição de vida. Acreditei no que estava vendo, não avalio agora se joguei abaixo da minha capacidade, mas confesso que fiquei feliz por saber que Alexandre fez bem em não desistir.    



quinta-feira, 26 de maio de 2016

O mais amado!

Por Fernando Melo

Bogart numa das cenas marcantes de Casablanca
Gostar de um filme é relativo. Cada um tem sua preferência. Eu pelo menos gosto de O Homem que Matou o Facínora, (1962um faroeste de John Ford.  Tem gente que adora E o Vento Levou... (1939) e por aí vai. Penso, no entanto, que existe um filme que é o mais amado para todos. Chama-se Casablanca! (1942) As estatisticas dizem isso. É um desses filmes que nunca perde o seu verniz, quaisquer que sejam as explicações. Críticos famosos assinalam que o Cidadão Kane (1941) é o maior filme de todos, no entanto esses mesmos críticoss admitem que Casablanca é o mais amado.

Qual o enxadrista que não conhece esse filme? Acredito que poucos, pois aquela cena de Humphrey Bogart jogando xadrez é inesquecível. Devemos ter em mente que o xadrez está presente em muitos filmes. Tem um curta nacional, que gostei muito, chamado O Xadrez das Cores. (2004) Quem ainda não viu precisa ver, vale a pena.

Tem um outro filme que também gosto.La Joueuse (A Jogadora),(2009)  que conta a historia de uma camareira que ao conhecer os movimentos das peças, passa a sentir uma mudança radical em sua vida. É uma boa historia, com música excelente e vale a pena também. Por fim, acredito que  o xadrez e o cinema andam de mãos dadas, para o bem de todos nós! 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Krikor e a Olimpíada

Por Fernando Melo


Todos nós sabemos que a Armênia e o Azerbaijão não se entemdem por conflitos de terras, já que são vizinhos. Uma possível guerra entre esses dois países torna o clima por lá muito tenso. O GM Krikor Mekhitarian, que é descendente de armênio, desistiu de participar da equipe brasileira que irá para Baku jogar esse grande torneio, o maior da FIDE. Compreensível a posição do enxadrista brasileiro, todavia surgiu um fato novo.

O presidente da FIDE, Kirsan Ilyhinovumzh, assegurou que a Armênia vai participar da 42ª Olimpíada de Xadrez Munidal, entre os dias 1º a 14 de setembro deste ano, em Baku, Azerbaijão, adiantando que o impasse foi resolvido durante sua recente visita a Armênia. "Atualmente - diz ele - nenhuma recusa recebí das autoridades daquele país, e isso signfiica que os jogadores de xadrez da Armênia vão participar da Olimpíada em Baku". 

Bem, resta agora esperar se a posição do grande mestre brasileiro será revista, considerando que ele é um especial reforço na nossa equipe. Respeitamos qualquer decisão de Krikor, mas devemos entender que a diplomacia do Presidente da FIDE funcionou e, oxalá o xadrez sirva até de ponte para uma trégua no conflito, ou mesmo a paz definitiva. Vamos torcer! 

terça-feira, 24 de maio de 2016

Paris é uma festa!

Por Fernando Melo


A ideia que tenho de Paris é de uma festa permanente. Calro que não é assim, lá como em toda a Europa, tem problemas de toda a ordem, mas no meu imaginário, talvez por culpa de Ernest Heminguay que la morou na juventude e mais tarde escreveu um dos seus livros de memórias, com o titulo Paris é uma Festa. Aliás, o livro foi publicado postumamente. Deixando a literatura um pouco de lado, mas voltando sempre que possível, vamos ao xadrez!

Dez dos melhores jogadores do mundo estarão competindo ao longo de quatro dias com um oprêmio de 150 mil dólares, o Paris Grand Chess Tour, nos dias 9 a 12 de junho no La Maison de la Chimie, em Paris, no sistema de parrtidas Rápidas e Blitz. Entre eles, Magnus Carlsen, Vladimir Kramnik, Hikaru Nakamura O torneio será inaugurado pelo ex-campeão do mundo e uma lenda viva do xadrez, Gary Kasparov..

Para quem gosta de acompanhar torneio pela internet, temos aí uma boa pedida, já que todos os jogos serão transmitidos ao vivo. Lembremos que Carlsen é o campeão dessas modalidades, além de campeão clássico e o melhor FIDE do mundo. Logo, não tenho dúvidas de que ele é o grande favorito, apesar dos seus colegas serem bastante resistentes. Mas vamos aguardar e que Paris continue essa festa para o xadrez internacional.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Descobrindo talentos !

Por Fernando Melo

Mateus(E) com o irmão Felipe e o Paladino
 do Nordsste no encerramento do Bobby Fischer 2016
A oportunidade que as crianças de hoje têm em aprender xadrez é bem diferente de antes. No meu tempo de menino, década de 50, não tinha professor e livro de xadrez era uma raridade. Computador nem se pensava e os jornais sequer falavam em xadrez. Mesmo assim aprendi, olhando os mais velhos jogando, o que acontecia acidentalmente. Tempo difícil se comparado com hoje, onde a criança além do incentivo dos pais, que é fundamental, dispõe de toda uma estrutura para facilitar o desenvolvimento do seu talento. 

Tenho alunos de várias idades, a partir os 6 anos, e vejo nas crianças - que nao deixam de ser crianças - uma oportunidade de desenvolver seus talentos. A facilidade de executar determinada atividade pode ser aprimorada com a presença de um orientador, desde que a criança  esteja disposta. Algumas vezes, são os pais que querem, e isso nao deixa de ser importante, mas é preciso que a criança esteja conectada com essa ideia. Afinal quem vai aprender é a criança.

Vejo, com otimismo, que a Paraíba pode despontar com essa nova geração. Já tivemos no passado crianças talentosas, e talvez a mais famosa delas tenha sido Italo Matias, que a gente chamava de Novinho, tão pequeno ele era. Hoje temos o Luiz Antonio Tomaz, um talento importante, considerado um forte jogador, com vitórias marcantes, mas pela falta de um incentivo maior, pode perder a motivação. Atualmente, desponta em torneios escolares e mesmo entre adultos, Felipe Guedes, um jovem promissor, que com o apoio da familia e o entusiasmo do seu professor, MF Francisco Cavalcanti, vem se apresentando com relativo sucesso, mas logo logo galgará posições que fará jus ao seu talento.

Por fim, posso afirmar que tenho um aluno de 6 anos, o caçulinha, que me cativa pelo seu interesse durqnte as aulas. Claro que é uma criança, aprende como uma criança, mas pensa em crescer, em se desenvovler. Estou falando de Mateus, que gosta de vir para as aulas e isso é a melhor demonstração de que poderá, em pouco tempo, aprimorar seus conhecimento, graças, também, ao enstusiasmo de sua mãe, que não esconde a confiança no querido filho

domingo, 22 de maio de 2016

Jogos Escolares da Paraíba 2016

Os medalhistas nas duas categorias dos Jogos Escolares da Paraíba 2016
Foi realizado ontem, na Escola Municipal Leonel Brizola, os Jogos Escolares da Paraíba 2016, nas categorias Masculino e Feminino de 12 a 14 anos e 15 a 17 anos, com a participação de 27 enxadristas, representando 11 escolas e colégios da rede de ensino pública e privada. A SEJEL - Secretaria de Esportes do Estado, em parceria com a Federação Paraibana de Xadrez, organizou o evento mediante seus representantes, nas pessoas do professor Antonio Dutra da Silva, MF Francisco Cavalcanti e árbitra Cristiane Dutra. Vejamos a relação dos vencedores:

Categoria A Masculino:
1º lugar - João Felipe de Araujo Guedes - Marista Pio X
2º lugar - Alexandre Lacerda Fernandes Silva - Escola Internacional Cidade Viva

Categoria A Feminino:
1º lugar - Emerly Gomes Nascimento - Escola Municipal Duarte da Silveira
2º lugar - Naielly Lopes Dutra - Top Sistema de  Ensino

Categoria B Masculino:
1º lugar - Leandro Henrique Batista da Silva - IFPB
2º lugar - Lucas Costa Bezerra - Top Sistema de Ensino

Categoia B Feminino:
1º lugar - Emilly Priscila Gomes Nascimento - Escola Municipal Duarte da Silveira.

Luismar ministrou Curso



O MF Luismar Brito ministrou Curso de quatro aulas no Clube de Xadrez Miramar para os enxadristas Alexandre César, Genildo Gomes  e Maria do Céu, o qual foi encerrado na última quinta feira, dia 19. O Curso focou sobre estrátegia,  tática e fases da partida.

Homenageando Darcy Lima!

GM Darcy Lima com o presidente da FIDE
Por Fernando Melo

O meu saudoso amigo Gildemar Pereira de Macedo sabia o nome completo de D. Pedro I. E sabe como era? Tome fôlego: Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon!  Você sabe o nome completo do GM Darcy Lima? Tome nota: Darcy Gustavo Machado Vieira Lima! Pois é, o Mestre Darcy é o aniversariante de hoje, chegando aos lúcidos e joviais 54 anos!

Darcy é um amigo do Nordeste, muito ele fez e continua fazendo como diretor e presidente da Confederação Brasileira de Xadrez e diretor da FIDE em defesa de nossa Região. A Federação Paraibana de Xadrez reconhece o seu empenho e deposita nele a confiança necessária para que continue sempre em defesa do xadrez nacional. Dos cinco diretores da CBX, em sua gestão, dois são nordestinos próximos de nós, o pernambucano MF Marco Asfora e o potiguar MF Máximo Macedo.

Darcy, além de dirigente é um forte enxadrista.  Varias vezes campeão brasileiro, representou o Brasil nas Olimpíadas mais de dez vezes, enfrentou jogadores da força de um Kasparov (simultânea); Topalov, Grischuk, Julio Granda, Svidler, para citar alguns.  

Vascaino assumido, a exemplo do meu filho Sílvio, com quem se corresponde frequentemente, Darcy é um homem que sabe conviver com todos e o seu prestígio aqui e alhures, é uma  prova maior da sua ação em defesa do xadrez. Ao Mestre Darcy nosso abraço e a de todos os paraibanos enxadristas, pela passagem do seu aniversário. 

Encontro de gerações!

Por Fernando Melo

Essa foto do potiguar Luiz Soares de Macedo, o Paladino do Nordeste, com os irmãos Mateus (E) e Felipe Colares, de João Pessoa, quando do VII Memorial Bobby Fischer, no mês de março passado, diz muito da sociabilidade que o xadrez potencializa ao longo do tempo, unindo gerações.

O xadrez tem esse poder de unir, de aproximar, de firmar amizades. Lembro de uma historia que ilustra bem o que estamos sustentando. Certa vez, o saudoso Romero Peixoto fez um cruzeiro com a mulher pela América do Sul. No segundo dia, sentiu-se entediado  e lembrou-se do xadrez. Foi ao bar do navio e pediu um jogo de peças. Armou o tabuleiro em uma das mesas e ali ficou por alguns minutos, quando começou a surgir interessados, circulando a mesa.  Logo estavam argentinos, chilenos, peruanos, e outras nacionalidades para alegria de Romero.

Certamente Luiz Soares ficou feliz ao lado desses dois garotos, pois o Paladino sabe, como poucos, o que o xadrez representa para o fortalecimento da família e para a educação das pessoas. É dele essa frase: "Quem ajudou a criar  meus filhos, em primeiro lugar foi Deus, depois o jogo de xadrez"

sábado, 21 de maio de 2016

A paixão de Machado de Assis !

Por Fernando Melo


Não é de hoje que conheço o romancista Machado de Assis. Sou seu leitor desde o tempo de menino e sempre disse que é o maior escritor brasileiro de todos os tempos. E também sempre soube de sua paixão pelo Xadrez. Uma das passagens que me emociona, quando lembro Machado de Assis, é que o nome da Academia de Xadrez Caldas Vianna tem a sua influência. Eu explico: eu queria mesmo era colcoar o nome da Academia de Machado de Assis, mas terminei ficando em dúvida, uma vez que ele é mais conhecido como um homem de letras, afinal foi.fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Era seu contemporâneo e amigo pessoal Caldas Vianna (que jogava mais do que Machado) e como gostei desse nome, resolvi homenagear Machado dessa forma. Outra passagem que me emociona é que Carolina, a portuguesa e grande amor de Machado, aproximou-se dele por causa do Xadrez!

Seu interesse pelo Xadrez levou-o a ocupar posição destacada nos círculos enxadrísticos do Império. Mantinha correspondência com as seções especializadas dos períódicos da época, compunha problemas e participou do primeiro torneio de xadrez realizado no Brasil! Sua iniciação na arte de Caíssa deve-se a influência de Artur Napoleão, o grande pianista português, que aos 16 anos, em Nova York, em partida de exibição enfrentou Paul Morphy!. Radicara-se no Rio de Janeiro e de volta de uma de suas viagens à Europa, Artur Napoleão veio acompanhado de Carolina Xavier de Novais, futura esposa de Machado de Assis e de cujo casamento Artur foi uma das testemunhas.. 

O interesse de Machado de Assis pelo Xadrez prolongou-se por muitos anos conforme revelação constante da correspondência com Joaquim Nabuco que, em 1883, lhe enviava de Londres retalhos de jornais com transcrições de partidas, atendendo ao pedido que lhe fora feito. E para encerrar, esse momento marcante de um dos textos de Machado em A Semana, de 12/1/1896: "Meu bom xadrez, meu querido xadrez! Tudo pode ser, contanto que me salvem o xadrez." 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Aprendendo com Fischer

O diagrama mostra a posição da partida entre Fischer x Oscar Panno, Buenos Aires, 1970. Nove lances são suficientes para Fischer (com as brancas) ganhar.. Podemos notar que quatro peças brancas estão na ala do Rei, enquanto três das quatro das negras, estção na ala da Dama. Isso, ao meu ver, deixa o Rei negro vulnerável, portanto alvo de um ataque. Nas mãos de Fischer, o ataque é fulminante. Vejamos a sequência dos lances:  
28.Be4 De7 29.Ch7 Ch7 30.hg fg 31.Bg6 Cg5 32.Ch5 Cf3 33.Rg2 Ch4 34.Rg3 Cg6 35.Cf6 Rf7 36.Dh7 (1-0)

Os 115 anos de Max Euwe

Alekhine, em pé, espera o lance de Euwe, no mundial de 1935
Em 1970, às vésperas do Intrrzonal de Palma de Mallorca, o então presdiente da FIDE, o ex-campeão mundial Max Euwe, da Holanda, concedeu uma coletiva e a certa altura perguntaram. Quem vai ganhar esse Interzonal? E tivemos a seguinte resposta: Torneio em que Fischer joga, não se pergunta quem vai ganhar! Pelo visto, Euwe conhecia bem a força de Fischer naquele tempo. 
Hoje é comemorado os seus  115 anos, já que nasceu  no dia 20 de maio de 1901. A sua vida é longa no mundo do xadrez, primeiro por conquistar o título máximo ao derrotar Alekhine, em 1935, num match de 30 partidas com o resultado de 15,5 a 14,5,  e depois por se tornar presidente da FIDE, tendo sido ele quem coroou Bobby Fischer em 1972. Max Euwe morreu no dia 26 de novembro de 1981, aos 80 anos de idade. 

O peão da esperança!

Por Fernando Melo

Sou do tempo em que ele se chamava P4BR, porém, com a globalização, perdeu a magestade  do nome e passou a se chamar simplesmente f4. Mas ninguém vai tirar dele a esperança! Sim, estou otimista, aliás sempre estive quando penso no futuro do xadrez aqui e alhures. Vivendo no século XX e XXI, acompanhando os altos e baixos da política internacional, o desenvolvimento da ciência em todos os níveis, vejo o nosso planeta debilitado, com seu azul manchado pela maldade humana. Onde está minha esperança? Num mundo sem guerras, sem fome, sem diferenças? Dificil pensar assim, quase impossível diria alguns.

Uma multidão não é feita de montes, mas de gente. Ela vai se formando com a presença de uma pessoa, de duas, três e assim vai, se somando, crescendo, se multiplicando, se tornando milhões. E quando chega a essa soma, essa multidão se torna forte e poderosa. Essa multidão, agora bem formada, se chama Xadrez. Houve uma época que o Ping-Pong, aproximou a China dos Estados Unidos, tenho esperança que o Xadrez vai unir a humanidade em torno de uma só causa.

Ninguém vai tirar meu direito de ter esperança, de viver com ela todos os dias, acreditando, lutando, batalhando. Sim, ninguém vai tirar o direito de um jogo como o Xadrez ser a prática viva dessa esperança de um mundo melhor para todos os povos e todas as religiões. Em 1972, o duelo EUA x URSS popularizou o xadrez no Ocidente, mas foi em plena Guerra Fria. Um dia, quando o peão da esperança sentir que chegou a sua vez, teremos um outro duelo, mas será um duelo pela paz, pela irmandade dos povos..

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Uma história marcante!

Por Fernando Melo

Phiona com seu ídolo Kasparov
Hoje estou feliz por poder escrever mais uma crônica tocando num tema que muito me comove, que é a influência benéfica do xadrez na vida das pessoas. Quero falar de um garota, hoje com 19 anos, chamada Phiona Mutesi, de Uganda. O material que tenho sobre ela é vasto, muito vasto, bastante vasto, que inclui entre outras personalidades, Gary Kasparov e Bill Gates, mas vamos por parte. O importante é que o leitor tenha uma ideia de quem é Phiona Mutesi!

A historia de Phiona Mutesi, uma menina pobre que começou a jogar xadrez e se apaixonou pela modalidade quando frequentava uma igreja, vai ser adaptada a um filme da Disney. Ela vivia em uma favela e ia regularmente à igreja, local onde havia um programa de xadrez. Na verdade, Phiona ia mais para tomar o mingau que era oferecido as crianças, mas o fato é que aos nove anos ela começou a conhecer o movimento das peças nas 64 casas do tabuleiro e terminou se apaixonando.

Hoje, Phiona tem muito prestigio em seu país, é conhecida em várias partes do mundo, concedendo entrevistas e elevando o nome do xadrez, pelo seu empenho, esforço , dedicação e, principalmente, pela sua paixão! Seu trabalho vem frutificando, além de representar Uganda em eventos internacionais, como no caso da Olimpíada, que teremos em Baku, em setembro próximo, existe uma fundação na qual ela ensina xadrez às crianças. Gostaria muito que essa história marcante de vida de Phiona Mutesi ficasse gravada na memória dos discipulos de Caíssa, como um exemplo de vida!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O emocionante Brasileiro 1965!

Por Fernando Melo
Mequinho em 1965

Certamente não estou cometendo nenhum exagero ao afirmar que o 31º Campeonato Brasileiro 1965, realizado no Rio de Janeiro, foi o mais emocionante de todos. Esse evento ocorreu entre os dias 27 de junho a 17 de julho daquele ano e começou com o total de 20 participantes, mas baixou para 17 em função da desistência de Mangini, Jorge Lemos e Ronald Câmara. O MI  Eugênio German, estava na lista dos particpantes, mas na hora da chamada ficou distraido conversando com amigos e não foi emparceirado 

Só isso? É só isso que faz você dizer que esse Brasileiro foi o mais emocionante? Não. Tem mais, muito mais. Onde já se viu um Brasileiro com um público enorme ao lado de jornalistas de todos os orgãos de imprensa, já que a competição foi filmada, fotografada e documentada para a televisão, rádio e jornais? Tudo isso por causa de um menino de 13 anos que classificou-se para jogar esse Brasileiro. Estamos falando de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho como ficou conhecido nacional e  internacionalmente. E logo se constituiu no melhor jogador brasileiro de todos os tempos. A partir deste ano de 1965, Mequinho teve muitos triunfos!

Mequinho somou 12 vitórias, 3 empates e uma derrota. Essa derrota, curiosasmente, foi para o mais velho componente deste Brasileiro, João de Souza Mendes, 73 anos (60 anos mais do que Mequinho), um jogador muito forte e que terminou em segundo com 11 pontos. Mequinho foi o campeão com 13,5 potnos.

Vejamos um episódio curioso, que prova a determinação de Mequinho em ser um vencedor. Na penultima rodada, ele precisava de um empate para ser o campeão. Sua partida com Olício Gadia foi suspensa e este, achando que Mequinho aceitaria o empate, disse: Proponho o empate!. Vejamos a resposta do garoto: - Proponho que o senhor abandone! 

terça-feira, 17 de maio de 2016

O desafiante de Fischer!

Por Fernando Melo

Karpov, o desafiante de Fischer
Vamos voltar um pouco ao passado e recordar um ano pleno de emoções para esse maravilhoso mundo de Caissa. Refiro-me ao Torneio de Candidatos de 1974, etapa final do ciclo de 1973-1975 para escolha do desafiante ao título do Campeonato Mundial de Xadrez. O torneio foi disputado nas cidades de Odessa, Leningrado,  Augusta, Palma de Malorca, San Juan e Moscou. Eram oito jogadores, sendo cinco soviéticos, um húngaro, um norte-americano e um brasileiro. O torneio teve três fases eliminatórias. 

Nas quarta-de-final jogaram as quatro duplas: 
1 - Vicktor Korchnoi 7,5 x 5,5 Henrique Mecking (Augusta - Estados Unidos)
2 - Tigran Petrosian 7,0 x 6,0 Lajos Portisch (Palma de Malorca - Espanha)
3 - Lev Polugayevski 2,5 x 5,5 Anatoly Karpov (Moscou - URSS)
4 - Robert Byrne 1,5 x 4,5 Boris Spassky (San Juan- Porto Rico)

Na semifinal jogaram duas duplas:
1 - Victor Korchnoi 3,5  x 1,5 Tigran Petrosian (Odessa-URSS)
2 - Anatoly Karpov 7.0  x 4.0 Boris Spassky (Leningrado-URSS)

Na final jogou a dupla:
1. Victor Korchnoi 11,5 x Anatoly Karpov 12,5 (Moscou-URSS)

Esta Final foi jogada entre os meses de setembro e novembro de 1974, num total de 24 partidas. E terminou com 3 vitórias de Karpov, 2 vitórias de Korchnoi e 19 empates! Karpov ganhou a segunda, a sexta e a décima sétima, enquanto Korchnoi ganhou a décima nona e a vigésima primeira. E assim, ganhoui Anatoly Karpov o direto de desafiar Bobby Fischer no ano seguinte. Em breve contaremos o que aconteceu!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A vantagem de ficar velho!

Por Fernando Melo
Sunye, em foto de 1976, quando foi
 Campeão Brasileiro


Para quem não tem mais medo da morte, envelhecer tem suas vantagens e uma delas é ter o que recordar, lembrar e, acima de tudo, ter forças ainda para contar! O xadrez é um cenário rico de recordações para mim. Lembro de muita coisa Estava na entrada do Hotel Tambau, ao lado de Herman Claudius, diretor da CBX, recepcionando os jogadores que vinham de todo o Brasil, para participar do 42º Campeonato Brasileiro 1976, que aqui foi realizado. Eu contava com 37 anos de idade! Era disposto, muito disposto, bastante disposto! Até que pára um taxi e salta um jovem. Herman me diz com segurança: "Aquele que vem ali vai ser o campeão!". E foi mesmo! Era Jaime Sunye Neto, de Curitiba, então com 18 anos.

Outro momento marcante, foi no Final deste mesmo Campeonato. Eu tive a honra, ao lado do enxadrista Herbert Carvalho, então correspondente da Folha de São Paulo, de participar da entrevista com o Dr. Luis Tavares da Silva. que chegara de Manila (Filipinas) diretamente para o Hotel Tambau e ter tempo de assistir a Final do Brasileiro. E Dr. Luis Tavares trazia a alegria e a felicidade de nos contar a participação de Mequinho, que fora o grande campeão daquele importante Interzonal, o segundo que ganhava, consecutivamente, já que na edicão anterior, ele também vencera o de Petrópolis, mais precisamente em 1973.

Qualquer dia vou no IHGP para reler e acredito copiar essa citada entrevista, que está publicada em uma edição do final de julho de 1976, no jornal A União, onde então eu trabalhava. Certamente vou me emocionar relendo tudo aquilo, momentos que vivi que não podem ser esquecidos e precisam ser contados enquanto minha memória teima em continuar viva.  

domingo, 15 de maio de 2016

Anchieta ganha o Najdorf

Dezoito enxadristas se reuniram no ultimo sábado no Clube de Xadrez Miramar para jogar o Torneio Memorial Miguel Najdorf, o qual foi vencido pelo médico José Anchieta Filho, com 5 pontos. Em segundo e terceiro lugares. Antonio Dutra e Felipe Guedes, ambos com 4,5 pontos. Do quarto ao sétimo lugar, com 4 pontos somados, tivemos Petrov Baltar, Genildo Gomes, Balduino Monteiro e Alexandre César. Do oitavo ao décimo terceiro lugares, os enxadristas Samuel, Luciano Galindo, Jarbas, Fagner Dantas, Francisco Arivânio e Eny Nóbrega, todos com 3 pontos. Em 14º/15º, Ubirajara Barros e Fabiano, ambos com 2 pontos. Manasses e Mirra ocuparam o 16º e 17º lugares com 1 ponto.. E em 18º, Emylly, qu enão pontuou. O torneio foi dirigido pelo MF Francisco Cavalcanti. Na foto os três primeiros lugares e mais Samuel, o melhor Sub 20 e a garota Mirra, melhor feminino e aniversariante do mês, quando lhe foi prestada uma homenagem pela família e enxdristas presentes.

Minha paixão pela Bird !

Por Fernando Melo

A culpa é de Honoré de Balzac (1799-1850), romancista francês, de ter me tornado um homem movido pela paixão. Na minha juventude li toda a Comédia Humana (89 títulos), o suficiente para compreender que a paixão é toda a humanidade. Ninguém vive sem ela, uns mais, outros menos. No mundo de Caíssa, a Bird para mim é mais do que uma Abertura, ela encerra um sentimento forte, produzindo confiança, estima e coragem. Quando jogo a Bird estou no meu habitat! Jogando com as brancas, ela é a minha vida!

Fiz um ligeiro levantamento e constatei que nestes ultimos 200 anos, foram jogadas 3.080 vezes essa abertura. As brancas venceram 1063, as negras 1288 e 730 partidas terminaram empatadas.  Notamos assim,que as brancas levam um ligeira desvantagem. Infelizmente, para mim, essa Abertura é pouco jogada pelos Grandes Mestres. O mais expressivo foi o dinamarquês Bent Larsen, bastante conhecido. Talvez por ele, hoje, a Dinamarca é o país onde a Bird é bem jogada. Quando descubro uma partida Bird desse nosso tempo e vou atrás, logo descubro que é um dinamarquês que está com as brancas, tem sido assim na maioria das vezes.

Já joquei muitas partidas, amistosa, de torneio, pelo computador, muitas e muitas. E, curiosamente, nunca deixei de gostar de jogar o famoso 1.f4. Faço com prazer, seja lá o adversário que for. Quando jogo a Bird não penso em ganhar, nem em perder, nem empatar. Penso no prazer que ela me dá! E levo isso a sério.  

sábado, 14 de maio de 2016

As ideias de Steinitz

Por Fernando Melo

Wilhelm Steinitz, primeiro campeão do mundo de xadrez, completa hoje 180 anos! Imagino (oxalá esteja errado) que a geração atual não dá a devida importância que esse austríaco, mais tarde cidadão norte-americano, tem para o estudo do xadrez. Lembremos aqui o que disse Bobby Fischer: "Ele contribuiu muito para a teoria do xadrez!" Importante conhecer o que disse Emmanuel Lasker (o segundo campeão do mundo), ao resumir as ideias de Steinitz: "No início do jogo deve-se ignorar a busca de combinações, abster-se de movimentos violentos, apontar para pequena vantagens, acumulá-las, e só depois de ter atingido procurar esses fins para a combinação - e em seguida, com toda a força de vontade e do intelecto, executar essa combinação, mesmo que ela esteja profundamente escondida".

Steinitz começou a pontificar no cenário internacional no inicio da década de 1860, quando foi morar em Londres, onde fixou-se por mais de 20 anos e passou assim a ser um profissional no London Chess Club. clube esse fundado em 1807; No ano de 1883, Steinitz foi para os Estados Unidos. e foi viver em Nova York, mudando o nome para William e alí esteve até sua morte em 12 de agosto de 1900, com a idade de 64 anos.

Foram seus adversários enxadristas da força de um Blackburne, Chigorin Janovsky,, Lasker. Maroczy, Paulsen, Rosenthal, Zukertort, Winawer, entre outros, mas não poderia deixar de lado o nosso querido Bird! A propósito, Steinitz enfentou Bird 32 vezes, com 17 vitórias, 9 derrotas e 6 empates. Jogaram a Abertura Bird apenas duas vezes, ambas com vitória de Steinitz, que conduzia as peças negras!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

No tempo que se dizia xeque!

Por Fernando Melo
Ivo Bichara só jogava relâmpago

Lembrar aqueles dias na Academia Caldas Vianna é o mesmo que lembrar o tempo da inocência. Era o romantismo pleno, quando se jogava pelo prazer de jogar e nem torneio havia, pois era raro termos um. E se jogava muito e quase somente partidas de 5 minutos, para se distrair, que se chamava partida relâmpago, e não blitz, como hoje. Também não havia essa historia de xadrez ativo. Isso foi invenção da FIDE para ganhar dinheiro, já que hoje, por exemplo, existe torneios internacionais e até mesmo mundial, com partida de xadrez blitz, ativo e clássico.

Não condeno os dias atuais, mas o xadrez do meu tempo - lá pela década de 70 - tinha suas singularidades. Era obrigatório dizer xeque! Imaginem!  Quando alguem dava um xeque e ficava calado, o adversário reclamava: Tem que avisar que é xeque! Ah! bons tempos!

E assim sendo, lembro aqui um episódio ocorrido quando da visita à
nossa cidade do GM norte-americano Paul Benko. Foi lá na sede do Clube Cabo Branco, no centro da cidade, à época a meca do nosso xadrez, onde pontificavam figuras como Jeová Mesquita, Fernando Amaral Marinho, Romero Peixoto (todos falecidos), apenas para lembrar três. Benko explicava para os presentes (cerca de umas 15 pessoas) uma determinada posição com suas análises. Até que X, isso mesmo, o nome do rapaz era X, mete o bedelho onde nao é chamado, avisando que o Rei estava em xeque. Ivo Bichara, que estava interessado em saber a conclusão das análises do grande mestre norte-americano, não se conforma com a intromissão de X, e, bruscamente, reage com firmesa: "Tira a mão daí, seu filho da puta!!" E todos cairam na risada, acostumados com a irreverência do saudoso Ivo!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Louros para Réti !

Por Fernando Melo


Quando você une o útil ao agradável, o resultado é um prazer redobrado! É assim que me sinto ao rever um pouco da biografia do eslovaco Richard Réti (1889/1929), que deu ao mundo de Caíssa muitas vitórias não só no tabuleiro como fora dele, daí acreditar que ele é merecedor de muitos louros. 

Quem joga xadrez já ouviu o seu nome em algum lugar. Sim, porque a conhecida Abertura Réti (1.Cf3) é em sua homenagem. E agora mesmo vou dar provas desse prazer redobrado que me referi acima! Réti ficou famoso ao derrotar o campeão mundial José Raul Capablanca, em Nova York, 1924, usando esta aberrtura. Vale ressaltar que esta foi a primeira derrota de Capablanca em oito anos e a primeira desde que tinha se tornado Campeão Mundial!

Como se isso não bastasse, para justificar os louros, sabemos que Réti era um excelente compositor de estudos de finais. E o mais famoso deles é este que mostra o diagrama. O peão negro de h está livre e solto. Não há como o Rei branco pegá-lo! E aí, o que fez Réti para mostrar que a partida está empate? Confesso que fiquei emocionado ao saber do resultado. Esse estudo, por si só, já consagra o nome de Richardi Réti nos anais da historia do xadrez internacional. 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

No tempo de Pachman!

GM Ludek Pachman, em 1972
Por Fernando Melo

Quando comecei a me interessar por xadrez - faz tempo, muito tempo, bastante tempo - , eu conhecia Xadrez Básico, de D`Agostini e  Tratado General de Ajedrez, de Roberto Grau nos seus 4 volumes. Com o passar dos anos, outros livros foram surgindo, entre eles as excelentes obras do checo Ludek Pachman, que hoje completaria 92 anos. Pachman, ah! o velho Pachman. Ele foi MI em 1950 e GM a partir de 1954, aos 30 anos de idade. Lembro bem dos seus embates com Fischer. Esse checo era duro de ser batido. Os dois se enfrentaram oite vezes, entre 1958 a 1966, com duas vitórias para cada um e 4 empates! Apesar de ter jogado seis Torneios Interzonais, ele nunca conseguiu disputar o Torneio de Candidatos
apenas o

Fora do tabuleiro, Pachman foi um comunista ardente, mas após a revolta Checa de 1968 ele se opôs ao regime, tendo sido preso várias vezes. Ele chamou a atenção internacional, após, intencionalmente, saltar de cabeça de sua cama de prisão, o que causou permanente lesões na coluna vertebral. Para nao deixar que ele se tornasse um mártir político, as autoridades checas permitiram que Pachman emigrassse em 1972 Ele se estabeleceu na Alemanha Ocidental, onde continuou sua carreira de xadrez, vindo a falecer no dia 6 de março de 2003, os 78 anos.

Pachman escreveu em torno de 25 livros, entre eles O Match do Século, onde analisa as partidas do encontro entre Fischer e Spassky, em 1972, Aberturas Cerradas, Partidas Decisivas, O Gambito da Dama, entre outros.

Foi um tempo bom aquele, quando passei a ter contato com os livros de Pachman, Época que não existia computador e, penso, o xadrez era vivido com mais romantismo e os livros tinham uma importância que hoje já não tem mais, pois os sites de xadrez engolem tudo. Um tempo que ainda hoje é recordado com saudades... ainda bem que é assim!

domingo, 8 de maio de 2016

Fatal atração!

Por Fernando Melo


Edward Lasker

George Thomas
Na galeria das grandes partidas na história do xadrez mundial, certamente o embate entre o alemão (mais tarde naturalizado norte-americano) Edward Lasker e o turco (naturalizado inglês) George Alan Thomas tem lugar de destaque pela forma com foi jogada, de singular beleza. Foram apenas 18 lances, mas que proporcinaram um sacríficio de Dama, além de uma caça fantástica ao Rei, de uma ponta a outra da tabuleiro, e um mate de rara perfeição.

A partida, uma Holandesa, foi jogada em Londres, no ano de 1912, portanto são 104 anos que nos separam desse acontecimento que ainda hoje maravilha o mundo caissiano. Mr. Thomas - mais tarde agraciado com o título de Sir - era naquela época e continuou sendo durante longos anos, um dos mais fortes jogadores da Grã-Bretanha. Quanto a Edward Lasker, mais conhecido (não confundir com Emanuel Lasker - este campeão do mundo), foi um enxadrista mais ativo e fazer o que ele fez na partida em questão, dispensa maiores apresentações. Sabemos também que ele é autor de vários livros importantes na literatura enxadrística.

Essa parrtida podia ter sido concluída com o mate de grande-roque, mas Lasker preferiu, subir o Rei para d2, dando o mate descoberto com a Torre em a1. Na historia do xadrez existe , pelo menos duas parridas conhecidas, que finalizam com mate de roque. Há quem acha o mate descoberto mais elegante, outros acreditam ser mais bonito o mate com o roque. Cada um pensa como quer, mas a unanimidade existe na beleza da partida que estamos falando e que a transcrevemos abaixo:

Ed. Lasker x Thomaz

1,d4 e6 2.Cf3 f5 3.Cc3 Cf6 4.Bg5 Be7 5.Bf6 Bf6 6.e4 fe 7.Ce4 b6 8.Ce5 0-0 9.Bd3 Bb7 10.Dh5 De7 11.Dh7!!  Rh7 12.Cf6 Rh6 13.Ceg4 Rg5 14.h4 Rf4 15.g3 Rf3 16.Be2 Rg2 17.Th2 Rg1 18.Rd2 mate!

Câmara apronta com Fischer!

(E-mail recebido do MI Antônio Resende)


"Olá amigos!

Não tenho como segurar esta história ainda mais sabendo da paixão de vocês por Fischer e pelo apreço ao MI Helder Câmara:

Helder contava esta história toda vez que o perguntavam sobre a partida contra Fischer na Olimpíada de Siegen, Alemanha ano de 1970. Fischer já monopolizava as atenções da mídia não só do xadrez. Já o consideravam futuro campeão mundial, título conquistado dois anos depois. No meio da competição cai Brasil x EUA, Helder de pretas contra Fischer era o que anunciava o emparceiramento.

Sempre que Fischer adentrava o ambiente de jogo um batalhão de fotógrafos o perseguia. Para evitar o mínimo possível o assédio dos jornalistas a fera chegava sempre 5 minutos atrasado já com a rodada em andamento. Sabendo disso Helder preparou a seguinte surpresa: quando Fischer entrasse na sala de jogo nosso MI olharia o tempo de atraso no relógio e sairia da mesa antes que ele chegasse. 

Quando Fischer chegou Helder, sorrateiramente, correu e se escondeu atrás de uma coluna do salão e de lá ficava olhando o americano enquanto acompanhava o tempo pelo relógio. Olhava e voltava a se esconder. Olhava e voltava a se esconder. Cumpridos os cinco minutos Helder voltou à mesa e respondeu o e4 de Fischer com uma siciliana dragão. 

Quando perguntavam como foi a partida Helder respondia: - "Perdi, mas os cinco minutos de lambuja que Fischer dava pra todo mundo eu não aceitei!"

Aqui a partida:

sábado, 7 de maio de 2016

No Reino de Caíssa

O Bill Gates do enxadrismo paraibano
Por Cristina Tardáguila
Revista PIAUÍ - Ed.49 /out/2010.



Na manhã de 13 de setembro, repetindo a liturgia a que se entregara nas 188 segundas feiras, Fernando Melo, 65 anos, barba e bigode inteiramente brancos, abriu as janelas de seu gabinete e deixou que o sol de João Pessoa iluminasse o pôster de Honoré de Balzac na parede. Passou os olhos pelas três estantes de livro, sentou-se diante do computador e, enquanto esperava que o processador carregasse os primeiros bytes da semana, acariciou uma das peças do tabuleiro de xadrez sobre a mesa. Buscava inspiração. Dali a não mais de três horas enviaria à redação do Correio da Paraíba mais uma edição do Reino de Caissa, a única coluna impressa de xadrez no Brasil.

Batizada em homenagm à deusa criadora do xadrez, a coluna ocupa uma tripa de cima a baixo da página D4, a última do caderno de esportes. Sai toda terça-feira e costuma dividir espaço com as notícias regionais de judô e natação, com as quais, pela regra, não disputa leitores. O Reino de Caíssa se compõe de uma coleção de cinco a seis pílulas informativas, de um parágrafo cada uma. A apuração é feita nos e-mails que o autor recebe - ele é secretário da Federação Paraibana de Xadrez - e nas visitas constantes aos sites www.clubedexadrez.com.br e chessbase.com.

A abertura da coluna é invariavelmente reservada às personalidades do mundo enxadrístico. Na edição de 31 de agosto, Melo celebrou o enxadrista Luis Flávio Paiva: "Para a nossa alegria, ele está de volta!" - o patrono do Campeonato Paraibano Absoluto de 2009 e 2010 retomava o tabuleiro competitivo. Em 14 de setembro, comemorou o credenciamento regional do árbitro Ivanilson Pereira: "Não há dúvida que Ivanilson merece galgar essa posição."

Os torneios e competições têm espaço garantido, assim como as aulas de xadrez que Melo oferece na própria casa. O texto que informa sobre o assunto - "Lembre-se que aprender xadrez melhora a qualidade de vida em muitos aspectos, sem esquecer que ele tem o poder de fazer as pessoas felizes. Ensinamos a todas as idades" - costuma resultar em dois ou três telefonemas por semana. É sempre um pai, uma mãe querendo saber se torres, damas, peões e bispos podem mesmo render uns pontinhos extras no QI de seus rebentos. Ele nunca desmente.

Nas colunas de agosto,, Melo ofereceu uma cobertura detalhada do Primeiro Campeonato de Veteranos do Nordeste Absoluto e Aberto e do Primeiro Torneio Alagoa-grandense de Xadrez. No entanto, não produziu uma linha sequer sobre a eleição para a presidência da Fide, a Federação Internacional de Xadrez, fundada na França em 1924. "É que eu nao gosto de entrar em política, sabe?", explicou. "A idiea é fazer uma coluna pop, suave."

Fernando Melo não ganha nada pelo trabalho que consome suas manhãs de segunda-feira. Até a assinatura do jornal sai de sua conta bancária. Ele não se queixa. Também não vê ameaça no que está acontecendo com as colunas de xadrez pelo mundo. O Estado de S, Paulo suspendeu a sua escrita pelo enxadrista Herman Claudius, em novembro de 2001, depois de 31 anos de existência. O Washington Post dispensou o trabalho de Lubomir Kavalek em janeiro deste ano, depois de mais de duas décadas.

Melo está protegido contra a decadência. "Escrevo por amor à causa". Ná década de 70. quando ainda trabalhava na editoria de política, chegava a produzir três laudas diárias  sobre xadrez para o jornal A União, e sempre sobrava assunto, diz ele, rindo. "Meu prazer hoje em dia é ver que em três anos - coincidentemente, desde que a coluna nasceu -  a Paraíba passou de seis jogadores Rating Fide ( a categoria mais baixa da Federação ) para 25! Um ougulho, não sabe?"

Em julho de 1976, sua devoção aos peões o levou ao hospital. Depois de se encafuar por treze dias seguidos no hotel Tropical Tambaú, onde se realizaria o campeonato brasileiro daquele ano, caiu doente. Não se lembra de ter aproveitado as regalias - camarões e brisa à beira-mar, por exemplo. É possível que não tenha comido nada. É que a responsabilidade de cuidar das súmulas das partidas em andamento o mantinha ocupado o tempo todo, entre o saguão e o salão principal.

A estafa teve suas compensações: "Naqueles dias, tive a oportunidade de assistir à partida mais longa de que tenho notícia, a vitória do paulista Cícero Braga sobre o paraibano Ivson Miranda depois de onze horas e meia de jogo. Foram três dias de batalha!"

Fernando Melo fala rápido. Às vezes, engole palavras. No entanto, o raciocínio vem límpido e reto se o assunto é xadrez de internet: "Sou radicalmente contra! A beleza do negócio é aguentar a tensão psicológica do encontro."

O colunista não tem uma parede repleta de títulos de xadrez. O mais longe qu chegou foi um vice-campeonato paraibano, nos anos 70, numa partida disputada em casa. É que em sua residência - além do gabinete de trabalho - funciona a Academia de Xadrez Caldas Vianna, espremida na garagem e corredor que dá acesso à casa. " A gente não pode esquecer que Bill Gates saiu de uma garagem, não é mesmo?", diz Melo. Ana, sua mulher, que também arrisca uns movimento de peão, serve um cafezinho para os enxadristas que frequentam a Academia. Num fim de semana comum, a família costuma reunir quase 100 pessoas em torno dos cinquenta tabuleiros de sua coleção.

Enquanto não revela o novo Garry Kasparov, Melo se diverte com a montagem de uma academia de xadrez interestadual, que reunirá enxadristas da Paraiba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. O modelo é o das academias de letras, mas em vez de 40 cadeiras, ela terá 64 casas, em homenagem ao tabuleiro. Em vez de ocupar a cadeira número tal, o enxadrista ocupará, pro exemplo, a casa e1, a do rei, ou d1, a da dama. Ele sintetiza: "Xadrez nunca é demais."

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CRISTINA TARDAGUILA é diretora da Agência Lupa e autora do livro A arte do descaso (Íntrinseca)

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Najdorf no Clube Miramar

GM Miguel Najdorf

Será realizado na tarde do sábado, 14, no Clube de Xadrez Miramar, o I Tormeio Ativo Memorial Miguel Najdorf, com 6 rodadas e o tempo de 15x15. A direção é do MF Francisco Cavalcanti e arbitragem de Cristiane Dutra. A inscrição é de 30 reais para sócios e 40 reais para visitantes. Só podeão participar jogadores com rating abaixo de 2000 e na primeira rodada será obrigatório se jogar a Variante Najdorf. O campeão receberá o Trofeu Mirra Mariana e os três primeiros colocados medalhas e prêmio em dinheiro. O melhor feminino e  Sub 20 receberão medalhas.O torneio começa às 14h30m.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O cavalo de Korchnoi

Por Fernando Melo

  Vamos começar com o cavalo de Alexandre, o Grande da Macedônia, o famoso e inesquecível Bucéfalo. Já o imperador romano Calígula tinha uma especial atenção pelo seu Incitatus, o qual tinha cerca de dezoito criados pessoais. Quem não se lembra de Tornado, o cavalo do Zorro? E do Trigger, de Roy Rogers? E do Corisco, de Durango Kid? E você sabia que aquela historia conhecida da cor do cavalo branco de Napoleão, tem sentido. o nome do cavalo era Branco  mas a cor não era branca! 
  Na literatura, o mais famoso de todos é sem dúvida o velho e sofrido Rocinante, o qual serviu ao seu senhor Dom Quixote de La Mancha em suas aventuras! Rocinante vem de Rocim que significa Pileca, cavalo fraco e pequeno. Sofreu muito, coitado de Rocinante, sujeito aos destemperos do seu senhor! Magricelo, mal nutrido, mas fiel e esteve em todos os momentos da vida do Cavaleiro da Triste Figura!  
  Mas vamos mesmo ao que interessa, ou seja, o cavalo de Korchnoi. Estou querendo falar da partida entre Marovic x Korchnoi, no Match URSS - Yugoslavia, jogado em Erevan 1971. Naquela época, a partida podia ser suspensa, e o que acontecia no tabuleiro era uma posição favorável a Marovic. A posição das peças era a seguinte: Brancas: Rd5, Bd3, d6, g4. Negras: Rf6, Cf7, b6. Como vemos, as brancas tinham um peão a mais. Interessante é que as brancas ganhavam se tivessem jogado tanto 71.Bb5, como 71.Bc4 ou ainda 71.d7. Ocorre que, na partida, Marovic jogou 71.Rc6? o que levou Korchnoi a lutar bravamente e empatar o jogo no lance 86. Isso foi, como sabemos, em 1971. Ao final desta partida, Korchnoi foi premiado com um estrondoso aplauso do público que enchia a sala.
  Muitos anos se passaram, e exatamente em 1996, 25 anos depois, durante a Olimpíada de Erevan, Marovic caminhava numa manhã para rever o local daquele encontro com Korchnoi. "O edificio estava decrépito e o espaço em torno dele estava deplorável, e tanto que não reconheci à primeira vista", confessa Marovic, que assim finaliza: "Só o cavalo de Korchnoi permanecia intacto em minha mente"!

terça-feira, 3 de maio de 2016

Silvio chega aos 47 anos!

Hoje é um dia especial para a Familia Melo. Afinal , Silvio Sá de Melo, na foto de camiseta branca, bacharel em Direito, aniversaria e chega a idade de 47 anos! Bastante comunicativo, um verdadeiro relações públicas do xadrez, Silvio tem sido ao longo da sua história, um amante de Caíssa. Paciente, sabendo ouvir mais do que falar, ele consegue conquistar a simpatia de todos, com seu jeito simples porém verdadeiro. Prestativo, gosta de servir e ajudar, companheiro nas horas difíceis, solidário na alegria e na tristeza. Ficamos felizes, eu, seu pai, sua mãe Ana e seu irmão Fernando por esta data e aproveitamos para lhe mandar um abraço apertado e que a vida continue a lhe sorrir!.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Yago é campeão em Esperança!

MI YAGO SANTIAGO (1ª LUGAR)


O Mestre Internacional pernambucano Yago Santiago foi o campeão do XIX Torneio de Xadrez de Esperança, de forma invicta e isolada, com 100% de aproveitamento, totalizando assim 18 pontos. O evento terminou ontem e contou com 42 jogadores. A direção foi de Joaquim Virgolino e arbitragem do casal Cristiane e Antonio Dutra. Confira nas fotos enviadas por Cristiane os premiados na competição, bem como a sua classificação final.

AGM DOUGLAS TORRES (2º LUGAR)

MF LUISMAR BRITO (3º LUGAR)

MF VINICIUS TINE (4º LUGAR)

JOÃO TEJO (5º LUGAR)

MN EVANDRO RODRIGUES (MELHOR VETERANO)

CAROLINA ALVES (MELHOR FEMININO)

LUÍS OCTAVIO (MELHOR SUB-16)

MATHEUS HENRIQUE (MELHOR ESPERANCENSE)

PABLO COSTA (MELHOR U1800)

ANTONIO SOBRAL (MELHOR U1900)

CLAUDIONOR LIMA (MELHOR U1700)